Ao longo da história do automobilismo, vimos construtores a chegar e a partir. Muitos com os troféus de campeão e centenas de fotos das equipas e pilotos no pódio a comemorar as suas vitórias, outros sem nada para comemorar, e a sair de mansinho, pela porta dos fundos, depois de anunciar que vieram arrasar a concorrência.
A Volkswagen mostrou nos ralis que levou o trabalho a sério. Andou mais de um ano a trabalhar no seu carro antes de o colocar na estrada, um dos seus pilotos, Sebastien Ogier, andou uma temporada de Skoda, para treinar os seus funcionários nas agruras do WRC e ver como era aquilo por dentro, e quando chegou ao momento exato, no Rali de Monte Carlo de 2013, não demorou muito para vencer e alcançar títulos. O Volkswagen Polo R tornou-se numa máquina a abater, o carro que a concorrência sabia que tinha de ser melhor do que eles para conseguirem ser os melhores, para terem sucesso, e que não o alcançaram enquanto eles estiveram por ali.
É verdade: a Volkswagen conseguiu 43 vitórias no WRC, em meras quatro temporadas, algo do qual quase ninguém alcançou. A Citroen poderá ter tido eras de domínio na década passada, com Sebastien Löeb, mas a concorrência não passava muitas das vezes da Ford, enquanto que aqui, teve a Hyundai, a Ford e a Citroen como concorrência digna desse nome, embora quase nunca fosse uma ameaça real ao seu dominio. E eles não emprestaram, nem venderam os seus carros a privados.
Agora, em principio, estes carros vão para o museu. Há rumores falando que poderão ser pegues por uma entidade privada, que os emprestaria aos pilotos para correrem, mas por agora, não passam disso mesmo: rumores. O WRC continuará, ainda por cima, com o regresso da Toyota, em 2017. Mas este WRC seria de certeza mais excitante com os alemães de Wolfsburgo a bordo, atrairia mais adeptos um pouco por todo o mundo, que torceria por Ogier, Anders Mikkelsen e Jari-Matti Latvala contra toda uma concorrência bem forte, disposta a batê-los. Mas no final, fica a ideia de ir embora enquanto estiverem a dominar, como fizeram a Mercedes nos anos 30 e 50, algo tipicamente alemão: competir até vencer, sair enquanto vencer.
Enfim, a vida continua, e outros surgirão. Um dia, pode ser que eles voltem.
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