O britânico Elfyn Evans está a ser a grande surpresa do Rali da Argentina neste primeiro dia. O piloto da Ford, apoiado pelas cores da DMACK, lidera este rali com uma diferença de 52,8 segundos sobre o norueguês Mads Ostberg, e ele é o único que está abaixo de um minuto na quinta prova do Mundial da especialidade. E tudo isto num rali onde já aconteceram algumas surpresas, como os problemas mecânicos de Sebastien Ogier e o despiste de Kris Meeke, por exemplo.
Contudo, o rali da Argentina tinha começado no dia anterior, em Córdoba, com Sebastien Ogier a ser o primeiro líder, conseguindo uma vantagem de 0,9 segundos sobre Elfyn Evans. Dani Sordo era o terceiro, empatado em Evans, enquanto que Thierry Neuville era o quarto na especial, a 1,6 segundos.
Claro, Ogier ia dormir descansado: "Dei o máximo, estou contente", afirmou.
Contudo, o amanhecer revelaria outra história. Na segunda especial - a primeira de hoje - Evans entra ao ataque e torna-se vencedor, conseguinto 4,6 segundos de vantagem sobre Kris Meeke, com Dani Sordo a ser o terceiro, a 6,9 segundos. Ogier cometeu um erro por causa de uma nota mal tirada e perdeu 17,9 segundos, caindo para o sétimo posto. Mas o pior foi Hayden Paddon, que capotou e perdeu mais de dois minutos e 41 segundos, caindo para o 19º posto.
Evans abriu ainda mais a vantagem na terceira especial, a primeira passagem por Amboy - Santa Monica, conseguindo ser mais veloz na especial que Kris Meeke, que ficou a 2,3 segundos. Atrás, o piloto que teve mais contratempos foi Dani Sordo, que bateu e perdeu mais de onze minutos, ficando fora da luta pela vitória, enquanto que Thierry Neuville também teve problemas, mas perdeu apenas dez segundos. Juho Hanninen, da Toyota, perdeu cerca de um minuto e dez segundos e está fora do "top ten", mas ele não conseguia explicar as razões pelos quais andava tão atrasado...
A quarta especial (primeira passagem por Santa Rosa - San Agustin), mostrava de novo o domínio de Evans, desta vez com um avanço de 2,8 segundos sobre Jari-Matti Latvala e 5,6 segundos sobre Ott Tanak. Mas Sebastien Ogier perdia 11,6 segundos, atrasando-se um pouco mais, e pior... Kris Meeke despistava-se - fazendo um novo "desenho" do seu carro... - e perdia seis minutos e meio por causa disso.
“Fui totalmente apanhado de surpresa. Um salto fez-me perder o controlo. O carro está muito difícil de pilotar, mas vamos tentar chegar até à próxima assistência”, disse Meeke, no final da especial.
E um mal nunca vinha só na Citroen, pois Craig Breen também perdeu muito tempo devido a problemas na caixa de velocidades, e ambos os carros acabaram por abandonar.
No final da manhã, Evans já tinha vencido quatro das cinco especiais, e já tinha um avanço de 30.1 segundos sobre Jari-Matti Latvala, e de 35,6 segundos sobre Mads Ostberg. “Está muito mais duro do que esperava. Penso que este é o rali mais duro do ano. Não podemos atacar todo o tempo. Posso andar mais mas tenho que ponderar o risco”, disse Latvala, queixando-se das condições das classificativas argentinas.
Na parte da tarde, na segunda passagem pelas classificativas da manhã, Evans continuava ao ataque, vencendo a classificativa San Agustin - Villa General Belgrano, com um avanço de 8,7 segundos sobre Thierry Neuville e 12 sobre Mads Ostberg. Ogier era o quinto na especial, a 16,5 segundos. A mesma coisa aconteceu na segunda passagem por Amboy - Santa Monica, embora igualado por Hayden Paddon, com Mads Ostberg a um décimo, Ott Tanak a três décimos e Thierry Neuville a seis decimos! Tudo isto numa classificativa de 20,44 quilómetros...
Contudo, isso não incomodava Evans, que mostrava que neste rali, os seus DMACK faziam a diferença em relação ao resto.
A oitava especial via, por fim, um vencedor diferente. Hayden Paddon vencia a segunda passagem por Santa Rosa - San Agustin, com Evans a controlar, a quatro segundos, porque o seu mais direto rival, Mads Ostberg, perdera 9,1 segundos.
Assim sendo, Evans liderava com 52,8 segundos sobre o norueguês Mads Ostberg, e ele é o único que está abaixo de um minuto na quinta prova do Mundial da especialidade. Contudo, atrás do norueguês, havia uma batalha pelo lugar mais baixo do pódio, com Neuville a um minuto a dois segundos, conseguindo subir dois lugares nesta última especial. Sebastien Ogier aproveitou a boleia, sendo agora o quarto, a um minuto e sete segundos. Os grandes perdedores foram Ott Tanak, que caiu de quarto para quinto, e Jari-Matti Latvala, que desceu três lugares, porque perdeu quase 40 segundos nesta especial devido a um furo.
Hayden Paddon é o sétimo, a três minutos e 37 segundos, na frente de Lorenzo Bertelli, o melhor dos privados, a quatro minutos e quatro segundos, enquanto que a fechar o "top ten" estão o segundo Toyota de Juho Hanninen e o Skoda de Pontus Tiedmand, o melhor dos WRC2.
O rali da Argentina prossegue amanhã, com a realização de mais seis especiais.
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