domingo, 31 de janeiro de 2021

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Ainda me lembro da primeira vez que um português ganhou em Daytona. Fora João Barbosa, em 2010, e parecia que era algo único, que iria ficar na vitrine do automobilismo português por muito tempo, como se fosse uma espécie de "Evereste" do qual iriam admirar por muitos e bons anos. Afinal... fomos enganados. No bom sentido.

É que depois daquela vitória de João Barbosa, ele venceu mais duas vezes, em 2014 e 2018, uma delas com Filipe Albuquerque ao volante, em 2018, e ainda tinha o brasileiro Christian Fittipaldi a acompanhá-los. O piloto de Coimbra já se sabia que era bom na Endurance, correndo quer na LMP2, quer na LMP1, quando tinha a chance. Mas nos últimos tempos, ele começou a mostrar a sua solidez, vencendo quer o campeonato LMP2, quer conseguindo uma vitória na categoria nas 24 Horas de Le Mans.

Mas este ano, a Endurance foi diferente. Com os novos regulamentos a entrarem, as equipas mais poderosas querem os melhores pilotos. E a Wayne Taylor Racing quer os melhores. Como o Filipe. Para Daytona, colocou-o ao lado de Ricky Taylor e Alexander Rossi, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, e Hélio Castroneves, que já venceu no "Brickyard" por três vezes.

E foi uma luta dura. Uma corrida de 24 horas já não é um teste de resistência aos motores e outros componentes, agora é uma corrida de sprint que dura um dia inteiro. E as coisas estiveram tão próximos um dos outro e relação ao segundo classificado que na última hora, um volante que deveria ser para Ricky Taylor, caiu para as mãos de Filipe Albuquerque. A razão era simples: ele têm mais sangue frio do que a concorrência. E essa confiança não foi abalada. Ele levou o seu carro ao fim, e no primeiro posto, enquanto o Cadillac guiado por Renger van der Zande e Kevin Magnussen, entre outros, furou e atrasou-se na corrida para a vitória.

E havia mais razões para essa confiança: a Wayne Taylor Racing queria vencer pela terceira vez consecutiva esta prova, a bordo do seu Acura, e também para prestigiar a sua equipa como uma das melhores da atualidade. No final, correu tudo bem, e para todos eles, esta vitória só veio prestigiar todos os que correram nela. Quer pela distância entre eles, quer pelas dificuldades, quer pelo prestigio. 

E nós, de um, que parecia ser algo unico e irrepetível, chegamos agora à quarta vez que um português vence por aqui. Começa a ser um hábito festejarmos por aqui. 

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