quarta-feira, 3 de março de 2021

A imagem do dia


Nesta temporada fala-se que haverá corridas de qualificação em alguns dos fins de semana, como teste para ver se a ideia poderá pegar e depois colocar em 2022 a tempo inteiro. Mas descobri hoje que esta ideia... não é nova. E em 1986, esteve muito perto de ser implementada. E o pessoal do racefans.net conta hoje essa história. 

Quem se recorda desse tempo, sabe que se vivia em plena era Turbo, com motores de quase mil cavalos durante a corrida, e quase 1500 na qualificação, com pneus feitos especialmente para essa ocasião, ou seja, duravam três voltas para marcar um tempo. E havia uma luta em termos de pneus, uma guerra entre Pirelli e Goodyear. Nesse tempo, a qualificação era algo que poderia ser uma lotaria, e não falo em termos de marcar tempo, era também por causa das velocidades e o perigo de ter carros a circular no lugar e no momento indesejado. Afinal, foi por isso que aconteceu o acidente mortal de Gilles Villeneuve, quatro anos antes, na Bélgica.

Pior: algum tempo antes, a meio de maio, Elio de Angelis sofrera um acidente mortal numa sessão de testes no circuito de Paul Ricard, quando perdeu o controlo do seu Brabham. 

A proposta surgiu a meio do ano, por alturas das corridas americanas, e a ideia era de fazer curtas corridas ao sábado, com 25 por cento do total da corrida - à volta de 320 quilómetros na altura. Iria haver uma qualificação na mesma, mas aconteceria na sexta-feira, e claro, definiria a grelha para a corrida de sprint no sábado. Não marcaria pontos para o campeonato, e isto seria apenas um mero teste por três vezes, naquele ano. E claro, com tudo isto a acontecer, iria ser algo que afetaria profundamente a tradição da Formula 1, pois era uma transformação radical.

A ideia começou a ser proposta nas equipas, mas estas rechaçaram... por três vezes. E os pilotos também detestavam a ideia.  “É completamente ridículo”, irritava-se Alain Prost durante o fim de semana do Grande Prémio da França. “Nós somos as pessoas envolvidas nisso e ninguém nos consultou.”, continuou.

A ideia acabou por não ir para a frente por dois motivos. Primeiro, as equipas e a FISA chegam a um acordo sobre os motores, conseguindo primeiro domá-los, e depois os abolir no final da temporada de 1988, e depois, em setembro, a Pirelli anuncia em Monza que se retiraria da competição - regressaria em 1989 - e a Goodyear ficaria com o monopólio das equipas. Assim sendo, a ideia radical ficaria guardada para sempre... pelo menos, até agora. Porque como sabem, vai haver a experiência. Resta saber se pegará... ou não.

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