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E agora, por estes dias, ouvi duas coisas que, não tendo aparentemente nada a ver, poderão estar relacionados. A primeira foi uma declaração de Stefano Domenicalli, o novo patrão da Formula 1, a dizer que poderia levantar os 250 milhões de caução, sob determinadas circunstâncias, e a segunda, foi o regresso - pelo menos nas redes sociais - de William Storey, o homem por trás da misteriosa marca de bebidas energéticas Rich Energy e que foi patrocinador da Haas em 2019 até à sua saída, a meio daquele ano.
Storey afirmou, na sua comunicação no Twitter, que está em negociações com um parceiro para uma possível aquisição de uma equipa, afirmando que alguns do atual pelotão estão com necessidade de dinheiro - não revelou quais - e chegou até a anunciar que inicialmente, a ideia era de montar a sua própria equipa, mas voltou atrás na decisão. Ora, ele também tinha dito isso em meados de 2018, quando quis comprar a então Force India, até entrar em cena Lawrence Stroll, que ficou com ela e a transformou, primeiro em Racing Point, depois na Aston Martin.
Storey, com as suas longas barbas e cabelo, físico de jogador e rugby, faz lembrar os exênctricos do passado que viram a Formula 1 como forma de explorar a sua voracidade de luzes da ribalta. Gente como David Thiemme, que com a marca Essex, patrocinou a Lotus por dois anos; Jean Pierre Van Rossem, com a sua Moneytron, patrocinou a Onyx durante toda a temporada de 1989, e mais tarde viu que tudo aquilo não passava de um esquema financeiro fraudulento; ou então Andrea Sassetti, que comprou a Coloni, transformou-a em Andrea Moda e só passou vergonha na temporada de 1992, para nao falar de Ibrar Malik, o principe nigeriano que em 1999, armou uma marca de bebidas energéticas, a T-Minus (isto não é novo!) prometeu mundos e fundos e depois... desapareceu.
Agora, se a ideia do levantamento da caução for adiante - não creio, porque as equipas não deixarão - mas vamos pensar na ideia de forma académica. Se acontecesse isso, é provável que teríamos uma enorme atenção da parte de gente que tem essas ambições. Quando em 2009, Max Mosley tentou baratear os orçamentos das equipas, obrigando-os a ter motores Ford Cosworth e um orçamento à volta dos 65 a 75 milhões de libras, apareceram dezenas de intenções de inscrições, acabando por ficar com quatro. Uma delas não arrancou, a USF1 Team, mas tivemos a Virgin, Lotus, e Hispania. Duas acabaram antes de 2015, e a Manor, que foi a descendente da Virgin e Marussia, não aguentou para além de 2016. Para ver que é muito dificil e custa muito dinheiro. (...)
Coisas novas a aparecer no horizonte na Formula 1, nem todas boas, porque William Storey não é propriamente "flor que se cheire". E como se diz aqui, já houve gente que tinha uma marca de bebidas energéticas, mas no final, não deu em nada. Tem de se ver que ideia ele têm para isto tudo e o que é que tem de fazer para que não seja outro David Thiemme ou Jean-Pierre Van Rossem...
Sobre esses assuntos, é ler hoje a minha crónica mensal no Nobres do Grid.
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