E como já foi mostrado nos últimos anos - então agora em 2021, ainda mais - a estreiteza da pista tem apenas a ver com uma coisa: o tamanho dos carros. Nem comparo com os da Formula E, que passavam calmamente em qualquer canto da pista porque tinham o tamanho para isso, mas falo dos velhos carros de há 40 anos, que tinham também tamanho para tal, caso os pilotos não fossem tão delicados como eles, porque afinal de contas, são peças de museu. Mas acho que a grande questão tem uma resposta mais ou menos óbvia: o problema não é a pista, são os carros.
Mas esse problema não será resolvido tão cedo, acreditem.
Então foi assim que começou a sessão de qualificação da quinta prova de um longo campeonato do mundo de Formula 1. E com muitos olhos em cima dos suspeitos do costume, porque ninguém dava muito aos carros de Maranello, apesar de isto ser o quintal de Charles Leclerc, não é?
Passados os primeiros minutos, as primeiras surpresas. E o mais doido não foi saber que no final desta Q1, nem foi o mau tempo do Alpha Tauri de um "rookie" chamado Yuki Tsunoda, é mais o Alpine de Fernando Alonso ter sido um dos "infelizes contemplados" e fez companhia aos carros do costume. É verdade que ele ainda esta em processo de adaptação ao seu carro, e três temporadas longe de um Formula 1 têm as suas consequências, mas vê-lo tão cedo fora da ação é estranho. E ele não anda num carro do final do pelotão.
Na parte final, Verstappen voltou a dar o seu melhor, flertando com o guard-rail um pouco por todo o circuito - os carros são mesmo grandes - e os Mercedes também seguiam o mesmo caminho. Bottas chegou a melhorar o seu tempo, suficiente para a Q3, mas quem andou mesmo depressa foi o "local boy", Charles Leclerc, que fazia 1.10,597, enquanto Bottas melhorava e era P3, com Verstappen entre eles.
E se a Ferrari começava a sonhar com algo inédito nesta temporada, quem ficava para trás? Os infelizes foram o Alpine de Ocon, o Aston Martin de Stroll, o McLaren de Ricciardo, o Williams de Russell e o Alfa Romeo de Raikkonen. E entre os felizes que iam para a Q3, a grande surpresa era o segundo Alfa Romeo-Sauber de Antonio Giovinazzi.
Claro que para a Q3, havia uma pergunta: será que Hamilton está a guardar tudo para esta altura?
Mas parecia que não. Na primeira vez que sairam para a pista, Leclerc conseguiu andar tão bem como nas vezes anteriores, e ainda por cima, tinha a companhia de Valtteri Bottas, e pelo meio, Max Verstappen. Eles faziam bons tempos, e Lewis Hamilton era um mero sétimo classificado, e a levar meio segundo de Valtteri Bottas, o que era anormal para o homem das cem pole-positions! Terá medo do traçado?
Mas mesmo com este final, tem de se dizer isto: A Ferrari mostrou que tem carro nesta temporada, e Leclerc conseguiu dar à Scuderia a sua primeira pole em temporada e meia, desde o GP do México de 2019, mas terá Vestappen a seu lado e os Ferrari atrás dele, embora Hamilton, com o seu sétimo posto na grelha, iria ficar atrás de - imaginem! - Lando Norris, P5 no seu McLaren.
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