sexta-feira, 4 de agosto de 2023

WRC 2023 - Rali da Finlândia (Dia 1)


Elfyn Evans não coloca o seu talento em mãos alheias e lidera o rali de Finlândia. Ao fim de dez especiais, o piloto da Toyota tem uma vantagem de 6,9 segundos sobre o belga Thierry Neuville (na foto), enquanto o japonês Katsuta Takamoto a ser o terceiro, a 16,4, não muito longe não só da liderança como também de Teemu Suninen, noutro Hyundai, a 28,8. 

E isto num rali já marcado pelas desistências de Ott Tanak, o primeiro líder do rali finlandês, de Esapekka Lappi, e sobretudo, de Kalle Rovanpera, que dominava nas classificativas até se despistar na oitava especial, capotando o seu carro e não podendo continuar devido aos enormes danos no seu Toyota. 

Como sempre, o primeiro dia começou de véspera, quando máquinas e pilotos andaram nas ruas de Jyvaskyka, num misto de pouco menos de três quilómetros e meio, e ali, Ott Tanak conseguiu ser o melhor, 0,6 segundos na frente de Thierry Neuville e 0,7 sobre Kalle Rovanpera. Contudo, logo de manhã, na primeira passagem por Laukaa, Katsuta Takamoto surpreendeu e triunfou na especial, meio segundo à frente de Elfyn Evans e 1,3 sobre Kalle Rovanpera. 

Este reagiu e triunfou na primeira passagem por Lankamaa, 1,8 segundos na frente de Evans, 4,4 sobre Neuville e 5,1 sobre Lappi, quando Tanak sofreu problemas de motor e acabou por desistir. No final, ele não escondia a sua desilusão.

"Em algum lugar muito rápido, parece que tocamos a rocha ou algo na estrada em uma compressão. Obviamente quebrou a proteção do cárter e por baixo posso ver que o motor estava rachado. Fora isso, não é claro, mas posso ver que o óleo do motor foi-se e o motor está claramente quebrado. É bem provável que haja um buraco no motor em algum lugar, então acho que este rali deve estar acabado para nós", sentenciou o piloto estónio, no final dessa especial.


Rovanpera continuou a ganhar, quer na primeira passagem por Myhinpää, quer na primeira passagem por Halttula, e quem o conseguiu acompanhar foi Evans, no qual, no final da manhã, tinha um atraso de 3,9 segundos, com Neuville em terceiro, a 12,3. Lappi acidentou-se e os danos foram tão grandes que acabou por abandonar.

Rovanpera continuou ao ataque, nas classificativas da tarde, com vitórias nas segundas passagens por Laukaa e Lankamaa, mas Evans não o largava, com a diferença a não ser maior que 0,4 segundos nas especiais, acabando no final da sétima especial com uma vantagem de 5,7 segundos sobre o seu companheiro de equipa. Neuville perdia o quarto posto a favor de um Takamoto que parecia estar em casa nas especiais finlandesas. 


Contudo, na oitava especial, Neuville acabou por triunfar na segunda passagem por Myhinpää, com 2,1 segundos de vantagem sobre Evans e três sobre Katsuta Takamoto. E a razão porque ganhava era simples: Rovanpera tinha capotado e o carro ficava irremediavelmente destruído, saindo de prova. 

O belga testemunhou o acidente, na sua passagem pelo local. 

"Obrigaram-nos a abrandar, não sei, 800 metros antes do acidente. As pessoas estavam acenando e eu estava acelerando e parando quando na verdade a estrada estava livre. É o que é, fiz o que pude para ser honesto."

Com tudo alterado, Evans era agora o novo líder, com Neuville a 10,9 e Katsuta a 13,3. 

O belga partiu para o ataque à liderança, conquistando a especial seguinte, a segunda passagem por Halttula, 1,2 segundos sobre Takamoto e Evans, chegando-se perto do piloto galês. E o piloto da Hyundai não escondeu o seu objetivo nesta prova. 

"Quero dizer, agora não temos escolha. Obviamente Kalle está fora, um dos nossos principais candidatos está fora, e Elfyn também está à nossa frente no campeonato e estamos lutando por uma vitória. Então agora vamos nos esforçar por isso."


No final do dia, na segunda passagem por Harju, Neuville conseguiu triunfar, pressionando Evans, que ficou a 2,8 segundos, e Takamoto, que acabou a especial 5,9 segundos atrás do piloto belga. Neuville disse depois da especial que ficou satisfeito com o percurso: "Foi uma boa especial, mas, na verdade, na primeira curva, fiquei preso na segunda marcha, então perdi provavelmente meio segundo, segundo ali. Mas, fora isso, foi uma especial limpa."

Depois dos quatro primeiros, o regressado Jari-Matti Latvala é o quinto, a 1.23,3, e a experimentar as sensações de um Rally1, já distante de Jari Huttunen, sexto e o melhor dos Rally2, a 3.14,1. Sami Pajari é o sétimo, a 3.27,0, com Nikolai Gryazin não muito longe, a 3.27,3. E a fechar o "top ten" estavam o Skoda de Oliver Solberg, a 3.28,8 e o Ford de Adrien Formaux, a 3.36,4.

O rali da Finlândia continua amanhã, com a realização de mais oito especiais. 

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