sábado, 24 de maio de 2008

The End - Cornell Capa (1918-2008)

Ser filho, irmão ou neto de um nome famoso pode ser um fardo, pois todos o comparam em relação ao parente com nome. Mas pode também ser visto como ponto de partida ou ajuda para colocar a sua marca na Terra e na Vida, especialmente se gostar da mesma coisa. E por vezes, conseguem superá-lo, provavelmente com o dobro do trabalho.



Robert Capa é para muitos, o melhor fotógrafo do século XX. Na minha opinião pessoal, acho que o coloco a par dos "grandes" que fotografam a vida quotidiana, como Henri-Catier Bresson, Richard Avedon, Sebastião Salgado, ou noutros campos, como a moda, Helmut Newton, Man Ray, Mario Testino, entre outros. Capa pisou uma mina no Vietname, em 1954, e foi desta para melhor. Mas o seu legado ficou, alimentado em muito por outro Capa: o seu irmão Cornell.



Ele continuou a fotografar a partir do sitio onde o seu irmão deixou, indo para a sitios e eventos como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Vietname. Fotografou politicos e personalidades, como Clark Gable e o apresentador de TV Jack Paar, e cobriu as eleições americanas de 1960, que levaram John Kennedy ao poder. Essa cobertura deu mais tarde um livro, de seu nome "JFK for President".


Em 1974, Capa decide fundar em Nova Iorque o International Center of Photography, uma instituição que serve como museu, escola e centro de artes fotográficas, e ele foi o seu primeiro presidente. O Centro depois criou o Infinity Award, que premeia os melhores trabalhos de fotografia, quer fotografos, quer as obras fotográficas.

Defendeu também a obra do seu irmão. Apareceu na ribalta nestes últimos anos por causa da famosa foto do soldado caido na frente de combate na Guerra Civil Espanhola. Quando se começou a dizer que aquela foto era uma encenação, Cornell não descansou enquanto não tirou todas as dúvidas. No final, mostrou até quem era ele: era Frederico Borrell Garcia, trabalhava num moinho, e tinha 24 anos na altura.



Cornell Capa morreu hoje, em Nova Iorque, com 90 anos. E mereceu o seu lugar na história.

1 comentário:

Daniel Médici disse...

Verdade!? Nossa, é um grande alívio saber que essa foto não era encenação...

Depois de descobrirem que o beijo no Hôtel de Ville tinha sido posado, qualquer coisa era possível.

Se bem que eu ainda gosto do beijo no Hôtel de Ville...