Muitos de vocês talvez ainda se lembram dele como um dos melhores pilotos de segunda linha que a Formula 1 teve nos anos 90, mas este alemão rival de Michael Schumacher (até roubou a namorada dele para se casar!) foi considerado como uma das maiores esperanças para dar o título mundial à Alemanha. Nâo o foi, mas é lembrado nas suas passagens pela Sauber e pela Jordan. No dia do seu 41º aniversário, hoje falo de Heinz-Harald Frentzen.
Filho de pai alemão e mãe espanhola, nasceu em na cidade alemã de Monchengladbach a 18 de Maio de 1967. O seu pai era... dono de uma agência funerária (e seu primeiro patrocinador!) e começou a correr no Karting aos 13 anos. Cinco anos mais tarde, em 1986, entrou na Formula Ford 2000, ainda com o patrocínio da funerária do seu pai... mas foi bem sucedido, tendo sido vice-campeão na temporada de 1987.
Em 1988, corre na Formula Opel Lotus, na equipa montada pelo ex-piloto de Formula 1 Jochen Mass, que tinha ficado bem impressionado com as suas performances na Formula Ford. Nesse ano ganha o campeonato alemão, e fica em sexto na série europeia. No ano seguinte, vai para a Formula 3 alemã, onde competiu contra dois rivais dos quais se ouviria falar nos anos seguintes: Karl Wendlinger e Michael Schumacher. Nesse ano, Bernie Ecclestone, o homem por detrás da Formula 1, queria um piloto alemão na categoria máxima, tendo prometido um teste ao melhor alemão. Foi uma disputa até ao limite, e quem ganhou foi Schumacher, depois de uma ultrapassagem polémica na ronda de Zeltweg, onde forçou Frentzen a ir à relva, para o poder ultrapassar. No final do ano, Wendlinger ganhou o campeonato, enquanto que Schumacher e Frentzen foram vice-campeões, com os mesmos pontos. Quanto ao teste... não houve. Mas a sua chance irá aparecer em breve.
Em 1990, Schumacher, Wendlinger e Frentzen estavam a competir na equipa Mercedes de Sport-Protótipos, com alguns bons resultados. Mas em 1991, Frentzen sai da equipa, perferindo competir na Formula 3000 europeia, sem resultados de relevo. Em 1992 e 93, compete na mesma categoria, mas no Japão, com outros pilotos estrangeiros como Eddie Irvine e Roland Ratzenberger. E no final do ano, Peter Sauber vai ter com ele e pede para que substitua J.J. Letho na sua equipa de Formula 1. Era a sua chance de entrar, e aproveitou.
Com o seu ex-companheiro da Mercedes Karl Wendlinger a seu lado, Frentzen estreia em 1994, no GP do Brasil. Termina em quinto na prova seguinte, em Ti-Aida, e depois dos acontecimentos de Imola, Frank Williams pede a ele para que seja o substituto de Ayrton Senna na equipa. Contudo, logo a seguir, com o acidente de Karl Wendlinger, decide ficar na Sauber, para ajudar a equipa. Acaba em quarto em Magny-Cours, e no final da época, têm sete pontos e o 13º posto na classificação de pilotos.
No ano seguinte, chega aos pontos mais vezes, e consegue o primeiro pódio de sempre para a equipa, em Monza. Os 15 pontos e o nono lugar no campeonato é uma recompensa para os bons resultados, e despertam a curiosidade das outras equipas. As coisas não correm muito bem em 1996, conseguindo apenas sete pontos e o 12º posto na classificação geral, mas no final desse ano Frank Williams finalmente o consegue levar para a sua equipa.
Na Williams, e sendo companheiro de equipa de Jacques Villeneuve, e perante uma máquina ganhadora, mostra-se na Austrália, rodando no segundo lugar antes que os travões dessem de si a três voltas do fim. Contudo, a sua primeira vitória não estava longe, acontecendo em Imola, batendo os Ferrari de Michael Schumacher e Eddie Irvine. Na etapa seguinte, no Mónaco, conquista a sua primeira "pole-position" da sua carreira, mas numa corrida disputada debaixo de chuva, a corrida acaba na volta 39, devido a despiste. No resto da temporada, coleccionou mais seis pódios e três voltas mais rápidas, acabando com 42 pontos e herdou o vice-campeonato, após a desclassificação de Michael Schumacher, devido à sua manobra fora da lei sobre Villeneuve em Jerez...
Em 1998, os williams, agora sem os motores Renault, lutavam para se manter nos primeiros lugares, já que não tinham poder contra os Ferrari e os McLaren. Frentzen somente subiu ao pódio na Austrália e conseguiu ao todo 17 pontos, e o sétimo lugar na geral.
No final do ano, transfere-se para a Jordan, onde ao lado de um Damon Hill a gozar o seu último ano na Formula 1, fez aquilo que para muitos foi o seu melhor ano. Começou bem, com um segundo lugar na Austrália (mordendo os calcanhares a Eddie Irvine) e um terceiro no Brasil, e em Magny-Cours, debaixo de chuva, consegue alcançar uma merecida vitória, lutando contra Schumacher e o Stewart de Rubens Barrichello. Depois, termina em terceiro na Alemanha e na Belgica, antes de alcançar outra memorável vitória em Monza, aproveitando uma distracção de Mika Hakkinen, colocando a si e à Jordan, como sérios candidatos ao título!
Apesar de na prova seguinte, em Nurburgring, ter feito a "pole-position" e caso ganhasse, ficaria na frente do campeonato. Contudo, ele desiste com um problema electrico, e o melhor que consegue no fim do campeonato é o terceiro lugar na classificação geral, com 54 pontos.
Em 2000, agora com Jarno Trulli como companheiro de equipa, o melhor que Frentzen consegue são dois terceiros lugares em Interlagos e em Indianápolis, ficando com 11 pontos e o nono lugar no campeonato. Nesta altura, a Honda fornecia motores quer a eles, quer à BAR, que tinha o seu ex-companheiro de equipa Jacques Villeneuve, e quem ganhasse este duelo particular, teria todo o apoio da marca japonesa. Nesse aspecto, os melhores foram a BAR.
No inicio de 2001, a equipa penava, apesar de pontuar regularmente. Frentzen e Eddie Jordan divergiam sobre as opções técnicas da equipa, e para piorar as coisas, teve um acidente feio nos treinos para o GP do Canadá, sendo substituido por Ricardo Zonta. As divergências continuaram até ao ponto de ruptura, após o GP de Inglaterra, onde Eddie Jordan o dispensou dos seus serviços. Entretanto, não ficou muito tempo parado, pois a partir de Hungaroring, substitui Jean Alesi (que foi para a... Jordan!) numa Prost que estava nos seus últimos dias. Conseguiu um quarto tempo nas qualificações do GP da Belgica, mas de resto não obteve nada de relevante. No final do ano, teve seis pontos e 0 13º posto no campeonato.
Em 2002, vai para a Arrows, ao lado do brasileiro Enrique Bernoldi. Consegue dois pontos no campeonato, mas a equipa está em processo de desagregação, e após o GP da Alemanha, fica sem lugar. Ainda corre em Indianápolis, substituindo Felipe Massa, pela Sauber. no final do ano, os dois pontos dão-lhe o 18º lugar no campeonato.
Em 2003, regressa à Sauber, onde ao lado do seu conterrâneo Nick Heidfeld (ambos são da mesma cidade, Monchengladbach) consegue ser um piloto regular, tendo o seu ponto mais alto um terceiro lugar na corrida de Indianápolis. Nessa altura, tinha anunciado que iria abandonar a Formula 1, e mudar-se para o DTM, os Turismos alemães.
A sua carreira na Formula 1: 160 Grandes Prémios, em dez temporadas (1994-2003), três vitórias, 18 pódios, duas pole-positions, seis voltas mais rápidas, 174 pontos no total.
A partir de 2004, passa para o DTM, onde corre pela Opel, fazendo paerlha com outro ex-piloto de Formula 1, Jean Alesi. Infelizmente, o modelo Vectra não era competitivo, e o melhor que consegue nas duas primeiras temporadas com esse carro foram dois terceiros lugares, em Brno (Rep.Checa) e Zandvoort (Holanda). Em 2006, com a retirada da Opel, vai correr na Audi, onde consegue mais dois terceiros lugares, em Hockenheim e em Barcelona. Foi nessa temporada que conseguiu o sétimo lugar na classificação geral, com 24 pontos, o seu melhor de sempre.
No final desse ano, decide retirar-se do DTM, devido a aquilo que afirmou ser "a falta de apoio da marca". Ficou afastado das pistas durante um ano, e agora vai disputar as 24 Horas de Le Mans deste ano, a bordo de um Aston Martin DB9, na classe GT1, acompanhado pelo seu antigo companheiro de equipa na Sauber: Karl Wendlinger.
1 comentário:
O Frentzen ainda achou ruim o Schumacher ter roubado a Corinna dele? Eu chamaria isso de sorte...
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