terça-feira, 20 de maio de 2008

GP Memória - Belgica 1973

Depois de correrem em Espanha, onde Emerson Fittipaldi conseguiu uma vitória afortunada para a Lotus, máquinas e pilotos iriam correr na Belgica, num circuito novo para eles: Zolder.


Depois de Spa-Francochamps ter fechado para obras, o GP belga emigrara para Nivelles, onde os pilotos não gostram muito do seu desenho e da pouca emoção que lhes causavam. Esparavam que Zolder, na parte flamenga do país, fosse mais desafiadora para eles. Nessa pista, os italianos da Tecno regressavam com um novo carro, guiado pelo veterano neozelandês Chris Amon. Não era um grande carro, mas eles esperavam bons resultados. A Ferrari colocava aqui um segundo carro para Arturo Merzário, já que ele não participara em montjuich devido ao facto de um segundo chassis ainda não estar pronto nessa altura. Apesar destas novidades, nesse fim de semana, a ronda belga esteve para não acontecer...

E porquê? Os organizadores tinham metido uma nova capa de asfalto poucos dias antes da corrida, e esta ainda estava fresca quando máquinas e pilotos andaram nela nos treinos de sexta-feira. Resultado: o asfalto rachou em diversos sítios da pista. Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi, os líderes da poderosa GPDA, ameaçaram os organizadores que se iriam embora dali, caso eles não reasfaltassem totalmente a pista. Os organizadores assim o fizeram, durante a noite toda, e fizerem figas no Sábado para que aguentasse. Conseguiram.

Nos treinos, Ronnie Peterson fazia mais uma pole-position com o seu Lotus 72, seguido por Dennis Hulme, no seu McLaren. Na segunda fila, Jacky Ickx dava à Ferrari a melhor qualificação do ano, tendo a seu lado o francês Francois Cevért, no Tyrrell-Ford. Jean-Pierre Beltoise metia o seu BRM no quinto lugar, e Jackie Stewart era o sexto. Emerson Fittipaldi era apenas o nono da grelha, atrás de outro compatriota seu: José Carlos Pace, num Surtees.

Na partida, Peterson larga na frente, enquanto que Cevert parte bem e está no segundo posto, à frente de Ickx e Hulme. Na volta seguinte, passa Peterson e alcança a liderança. Entretanto, Fittipaldi faz uma corrida de trás para a frente, e passa os seus adversários directos. Primeiro Stewart, depois Hulme, que se atrasara devido a um despiste, causado pelo óleo largado pelo Ferrari de Ickx, que abandonava cedo a corrida. com o abandono de Carlos Reutmann, devido a problemas de motor, na volta 20, Fittipaldi ascende ao terceiro lugar, atrás de Stewart.



Nessa volta, o brasileiro alcança Peterson e sobe ao segundo lugar, e persegue Cevért, na busca pela liderança. E poucas voltas mais tarde, a perseguição traz efeitos: o francês despista-se e cai para o quarto lugar, atrás de Stewart e Peterson. Contudo, Fittipaldi fica pouco tempo na liderança, pois o escocês passa ao ataque e na volta 26, ultrapassa o brasileiro e consegue afastar-se do Lotus.

Entretanto, Peterson roda na volta 42, quando tentava alcançar o terceiro lugar de Cevért (que o tinha ultrapassado algumas voltas antes) e abandona pela quinta vez nesse ano. O francês pressiona Fittipaldi no sentido de conseguir uma dobradinha Tyrrell, e consegue. Fittipaldi decide jogar pelos pontos e doseia o andamento do carro, deixando a equipa do "Tio" Ken gozar a dobradinha.

Com Stewart a gozar a sua 24ª vitória em Grandes Prémios, igualando o mesmo numero de Fangio, e Cevért a conseguir mais um pódio, e Fittipaldi a consolidar a sua liderança, os restantes lugares pontuáveis foram para o italiano Andrea de Adamich, num Brabham, o BRM de um... Niki Lauda, e o Tecno de Chris Amon. Iria ser a primeira, e unica vez, que a marca italiana chegaria aos pontos. Ainda não se sabia, mas começava aqui a desenhar-se o terceiro título mundial do piloto escocês...


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