Hoje e amanhã, Valentino Rossi dará mais algumas voltas ao volante de um F2007 no circuito de Montmeló, em Barcelona, no que aparentemente é uma recompensa pelo facto de ter vencido mais um campeonato de mundo de Moto GP. Há anos que Rossi faz isto, e faz despertar as especulações, de quando em quando, que o piloto italiano quer dar o salto das duas para as quatro rodas, nomeadamente a Formula 1.
Vá lá, estas voltinhas não são pagas do seu próprio bolso, porque ainda não consegui ver qual é a sua utilidade de ver este tipo de testes por parte de "Il Dottore". Fazem-me lembrar duas coisas: os turistas espaciais que vão para fora da atmosfera, a troco de vinte milhões de dólares, numa nave Soyuz, ou de um modo mais terreno, aquelas relações amorosas que de amor não tem nada, mas de sexo tem tudo. E não são pagas. Transas ou quecas, podemos chamar assim.
Também é certo que Rossi tem uma paixão pelas quatro rodas. Corre em ralies, testa num Formula 1 e já teve convites para correr em Le Mans. Mas a Yamaha não lhe deixa esticar muito a corda porque precisam dele para ganhar corridas e bater recordes. Afinal de contas, ainda existem recordes de Giacomo Agostini que estão no alcance de Rossi, que ainda não tem 30 anos e é o herói motociclistico dos nossos dias.
Estes testes são um luxo para Rossi, é certo. Provavelmente vai fazer mais alguns até perto dos 40 anos, mas é certo que não irá fazer a transição para a Formula 1, por muito que Bernie Ecclestone quisesse, para publicitar ainda mais a "sua" categoria. Como dono do "circo", decerto que quererá ter o maior numero de atracções, mas este ano, apesar de ter Michael Schumacher de volta, vê Kimi Raikonnen a desbravar classificativas ao lado de Sebastien Loeb e Mikko Hirvonen.
Portanto, por muito que goste de Valentino Rossi, não vejo outra coisa mais nestes testes do que um mero capricho de campeão. A nadar de duas rodas, perfiro vê-lo ao lado de Raikonnen, Ken Block ou Loeb. Isso sim, os ralis precisam de mediatismo.
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