O calendário mostra-nos uma coincidência automobilística: hoje seria o dia de aniversário de Gilles Villeneuve e de Pedro Rodriguez. Ambos nasceram na América do Norte, mas não são americanos, pilotaram numa altura das suas vidas pela Ferrari, tinham irmãos que correram na Formula 1 e em tributo, acabaram por dar nome aos mais importantes circuitos do seu país: em Montreal e no México, que acolheram os Grandes Prémios dos respectivos países após as suas mortes.
As coincidências podem ser muitas, e se formos ver, eram quase “almas gémeas”. Villeneuve era rápido e agressivo, mas não chegava ao fim por muitas vezes. E muitas das vezes transportava essa agressividade para fora dos circuitos. São lendárias as suas viagens para os circuitos, quer fosse de carro, quer fosse de helicóptero, e os que iam como passageiros sofriam à brava! Já Rodriguez era fatalista, mais quando estava em dia sim, era um magnífico competidor. Villeneuve nunca tentou a Endurance, enquanto que Rodriguez era um excelente competidor, tendo ganho as 24 horas de Le Mans e várias provas da Interserie, a bordo dos míticos Porsche 917K da John Wyer Automotive, pintado de azul-bebé com faixa laranja.
Para Rodriguez, a Formula 1 era mais uma competição entre muitos outros, que corria desde tenra idade. Aliás, na adolescência, ele e o seu irmão Ricardo, dois anos mais novo (e segundo alguns, muito mais talentoso) tentaram correr em Le Mans em 1958, mas foram barrados pela organização, dado a sua tenra idade. Algo que em Gilles não aconteceu. Aliás, sabia-se que ele tinha “aldrabado” na idade, parecendo ser mais novo do que tinha na realidade (afirmava que tinha nascido em 1952).
Gilles encheu o olho naquele dia 1 de Julho de 1979 em Dijon Prenois, quando lutou roda a roda com René Arnoux por um segundo lugar. Já Rodriguez somente venceu duas corridas na sua carreira, mas muitos dizem que a sua vitória em Spa-Francochamps, em 1970, foi uma das melhores da sua carreira, pelo duelo que teve com Chris Amon, ao volante do seu BRM V12. Mas Rodriguez é mais lembrado pelos seus duelos na Interserie, curiosamente em Spa-Francochamps (nunca escondeu que esse era o seu circuito favorito) e num outro circuito, em Brands Hatch, à chuva.
Dizia-se que era um típico “Regenmeister” (rei da chuva). Mas Villeneuve também era outro “Wet Weather Warrior”, especialmente quando teve aquele terceiro lugar em Montreal, com o bico dianteiro danificado durante grande parte da corrida de 1981. E a sua corrida de 1978 também foi parcialmente sob chuva. E também faz parte dessa sua lenda os famosos onze segundos que deu à concorrência num dos treinos de sexta-feira em Watkins Glen 1979.
Quase toda a gente sabe que Villeneuve começou a correr em snowmobiles, tendo sido campeão por algumas vezes. Mais tarde, o seu irmão Jacques, o “Oncle Jacques”, tornar-se-ia múltiplo campeão e o melhor piloto de sempre da modalidade. Mas pouca gente sabe que Rodriguez também correu no gelo, tendo sido campeão americano em 1970. Afinal, há mais algo que os liga que julgávamos…
Rodriguez adorava Spa-Francochamps. A sua última vitória na Formula 1 foi aí, bem como foi vencedor por uma vez da corrida dos 1000 km, depois de um mítico duelo com o seu companheiro, o suíço Jo Siffert. Ambos os seus feitos tinham ocorrido no mesmo ano: 1970.
Rodriguez não viveu para ver os feitos do canadiano, mas certamente que Gilles deveria saber os feitos do mexicano. Hoje em dia, qualquer um sabe o lugar de Villeneuve na Ferrari e na Formula 1, numa era onde a televisão a cores começava a invadir os circuitos. Rodriguez, um pouco mais cedo, não teve tanta sorte nesse aspecto. Mas os que seguiam a Interserie e os que contam hoje em dia a história da Porsche, sabem que parte dela se deve ao piloto mexicano.
E uma derradeira coincidência: ambos morreram a guiar Ferraris. Rodriguez guiava um 512LM em Norisring, a 11 de Julho de 1971, e Villeneuve, no seu 126C2 dez anos e quase dez meses depois, a 8 de Maio de 1982, em Zolder. E após isso, as memórias de Rodriguez e Villeneuve não só foram honradas em circuitos, mas também ambos têm curvas com os seus nomes: Rodriguez em Daytona, Villeneuve em Imola… e na curva fatal de Zolder, agora uma chicane.
Hoje, no dia em que, caso estivessem vivos fariam 70 e 60 anos cada um, é altura de os recordar. E honrar a sua memória.
As coincidências podem ser muitas, e se formos ver, eram quase “almas gémeas”. Villeneuve era rápido e agressivo, mas não chegava ao fim por muitas vezes. E muitas das vezes transportava essa agressividade para fora dos circuitos. São lendárias as suas viagens para os circuitos, quer fosse de carro, quer fosse de helicóptero, e os que iam como passageiros sofriam à brava! Já Rodriguez era fatalista, mais quando estava em dia sim, era um magnífico competidor. Villeneuve nunca tentou a Endurance, enquanto que Rodriguez era um excelente competidor, tendo ganho as 24 horas de Le Mans e várias provas da Interserie, a bordo dos míticos Porsche 917K da John Wyer Automotive, pintado de azul-bebé com faixa laranja.
Para Rodriguez, a Formula 1 era mais uma competição entre muitos outros, que corria desde tenra idade. Aliás, na adolescência, ele e o seu irmão Ricardo, dois anos mais novo (e segundo alguns, muito mais talentoso) tentaram correr em Le Mans em 1958, mas foram barrados pela organização, dado a sua tenra idade. Algo que em Gilles não aconteceu. Aliás, sabia-se que ele tinha “aldrabado” na idade, parecendo ser mais novo do que tinha na realidade (afirmava que tinha nascido em 1952).
Gilles encheu o olho naquele dia 1 de Julho de 1979 em Dijon Prenois, quando lutou roda a roda com René Arnoux por um segundo lugar. Já Rodriguez somente venceu duas corridas na sua carreira, mas muitos dizem que a sua vitória em Spa-Francochamps, em 1970, foi uma das melhores da sua carreira, pelo duelo que teve com Chris Amon, ao volante do seu BRM V12. Mas Rodriguez é mais lembrado pelos seus duelos na Interserie, curiosamente em Spa-Francochamps (nunca escondeu que esse era o seu circuito favorito) e num outro circuito, em Brands Hatch, à chuva.
Dizia-se que era um típico “Regenmeister” (rei da chuva). Mas Villeneuve também era outro “Wet Weather Warrior”, especialmente quando teve aquele terceiro lugar em Montreal, com o bico dianteiro danificado durante grande parte da corrida de 1981. E a sua corrida de 1978 também foi parcialmente sob chuva. E também faz parte dessa sua lenda os famosos onze segundos que deu à concorrência num dos treinos de sexta-feira em Watkins Glen 1979.
Quase toda a gente sabe que Villeneuve começou a correr em snowmobiles, tendo sido campeão por algumas vezes. Mais tarde, o seu irmão Jacques, o “Oncle Jacques”, tornar-se-ia múltiplo campeão e o melhor piloto de sempre da modalidade. Mas pouca gente sabe que Rodriguez também correu no gelo, tendo sido campeão americano em 1970. Afinal, há mais algo que os liga que julgávamos…
Rodriguez adorava Spa-Francochamps. A sua última vitória na Formula 1 foi aí, bem como foi vencedor por uma vez da corrida dos 1000 km, depois de um mítico duelo com o seu companheiro, o suíço Jo Siffert. Ambos os seus feitos tinham ocorrido no mesmo ano: 1970.
Rodriguez não viveu para ver os feitos do canadiano, mas certamente que Gilles deveria saber os feitos do mexicano. Hoje em dia, qualquer um sabe o lugar de Villeneuve na Ferrari e na Formula 1, numa era onde a televisão a cores começava a invadir os circuitos. Rodriguez, um pouco mais cedo, não teve tanta sorte nesse aspecto. Mas os que seguiam a Interserie e os que contam hoje em dia a história da Porsche, sabem que parte dela se deve ao piloto mexicano.
E uma derradeira coincidência: ambos morreram a guiar Ferraris. Rodriguez guiava um 512LM em Norisring, a 11 de Julho de 1971, e Villeneuve, no seu 126C2 dez anos e quase dez meses depois, a 8 de Maio de 1982, em Zolder. E após isso, as memórias de Rodriguez e Villeneuve não só foram honradas em circuitos, mas também ambos têm curvas com os seus nomes: Rodriguez em Daytona, Villeneuve em Imola… e na curva fatal de Zolder, agora uma chicane.
Hoje, no dia em que, caso estivessem vivos fariam 70 e 60 anos cada um, é altura de os recordar. E honrar a sua memória.
3 comentários:
muita linda nota, um dos melhores reviews que ja li. leve e interesante comparação.
uma coisa implícita no texto mais que gosto de expicitar (a cacofonia tem tantos desdobramentos...) é que ambos os pilotos estão bem no centro do coração dos aficionados das suas naçöes: não por acaso os autódromos levam os seus nomes.
quem sabe e os latinoamericanos somos menos agradecidos com os nossos heróis e não pintamos um "salut rodriguez" no pavimento.
Que post maravilhoso! Estou preplexo com quantas coincidências rondam estes famigerados pilotos! Embora algo diferentes no estilo de pilotar, cada um a sua maneira merece ser recordado nesta data como um dos grandes homens a tornar o esporte a motor uma forma de arte.
Un post muy bien trabajado, muy documentado y tratado de una forma muy amena.
Gracias por el buen rato que he pasado.
http://pulguitaatodogas.blogspot.com/
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