Findo o Rali Dakar, é altura de mostrar, em jeito de balanço, como é que os concorrentes portugueses se deram com esta prova, onde Carlos Sousa e Helder Rodrigues se destacaram em carros e motos, com o piloto da Mitsubishi a ser o melhor privado e o melhor a gasolina, no sexto lugar da geral, e o motard da Yamaha a ser quarto classificado e o melhor da categoria 450, apesar de não ter vencido qualquer etapa, ao contrário de Ruben Faria, aguadeiro de Cyril Després, e que brilhou na etapa final, ao vencer.
No caso do piloto da Mitsubishi, a chegada a Buenos Aires coincidiu com o seu 44º aniversário natalicio, logo este lugar teve sabor duplo: "Está feito! É um orgulho poder estar novamente à chegada de um Dakar e partilhar esta atmosfera única. Sinto que fiz uma excelente prova face a todos os condicionalismos com que iniciei esta edição. E o resultado final - o sexto lugar - deixa-me orgulhoso a todos os níveis, com a plena satisfação do dever cumprido. Sinceramente, acho que era impossível aspirar a melhor", exclamou Carlos Sousa, minutos depois de concluir a sua 12ª participação no Dakar.
"Para quem estava afastado da competição há seis meses, não disputava um Dakar há três anos e não conhecia o actual figurino sul-americano, é claro que o resultado final superou as minhas melhores expectativas. Mais a mais, tive de adaptar-me a um novo navegador e a uma nova motorização no Racing Lancer... Mas é evidente que a maior limitação esteve no facto de partirmos para esta prova com um injusto e insólito 'handicap' no nosso carro, prejudicando sobremaneira a nossa performance nas etapas mais rápidas, sobretudo ao nível da velocidade de ponta", continuou.
"Aliás, isso foi hoje mais uma vez perfeitamente visível. Quase parecia o carro-vassoura, com toda a gente a ultrapassar-me em pista. Rectas, rectas e mais rectas e o pedal quase sempre a fundo. Pouco mais havia a fazer na especial de hoje. Enfim, o resultado de hoje não foi brilhante, mas o principal já estava feito. À nossa frente terminaram apenas cinco carros oficiais, três da Volkswagen e dois da BMW, e todos diesel... Julgo que é importante reflectir neste aspecto e ponderar uma eventual presença em 2011 numa viatura diesel. Para já, contudo, é tempo de festejar e saborear esta excelente classificação. Amanhã (hoje) acredito que vamos ter um fim de festa em grande no pódio de Buenos Aires. E se hoje sou eu a fazer anos, amanhã (hoje) é a vez de o Matthieu (Baumel) comemorar o seu aniversário. Na verdade, também ele está de parabéns pela magnífica prova que realizou",concluiu.
Já Helder Rodrigues, o quarto classificado da classe de motos, também era um homem feliz, pois alcançou não só o seu melhor resultado de sempre, como também se tornou no motard português mais bem classificado da história do Dakar. Tudo isso numa moto privada da classe 450, teoricamente menos potente que as de 650 cc.
"Estou muito contente, pois provei que tenho andamento e capacidades para andar com consistência na frente do Dakar. Estou em forma - chego ao fim sem lesões ou problemas físicos - e altamente motivado para continuar a apostar no Dakar. Sou de longe o mais jovem dos pilotos da frente e depois deste resultado sinto que vencer um Dakar é um sonho que está ao meu alcance e que posso concretizar a curto prazo!" afirmou.
Já Ruben Faria, vencedor da última etapa do Dakar, este foi um fecho com "chave de ouro" depis de um rali onde serviu como "aguadeiro" do vencedor, o francês Cyril Després. "Ontem falei com a equipa e com o Cyril e mesmo ao final do dia ele veio ter comigo e disse-me que hoje podería adoptar o meu ritmo, sem estragar o bom trabalho. Disse-lhe que queria recuperar os 58 segundos de atraso que tinha para o Berglund e foi ele que juntamente com todos os restantes elementos da equipa me disseram para tentar a sorte. Foi isso que fiz e sem qualquer compromisso dei o meu melhor", começou por explicar Faria no final da etapa.
"Impressionante. É o minimo que posso dizer. No final estavam todos os que partiram na minha frente à espera da minha chegada, o Cyril estava visivelmente feliz e quando cheguei foi dos primeiros a felicitar-me pela vitória. Estavam milhares de pessoas ao longo da especial e no final houve mesmo fogo de artificio e um grande ambiente de festa. Não podia ser melhor este Dakar, o Cyril venceu e eu consegui a vitória na derradeira especial, brihante!" exclamou.
"Penso que depois da recuperação de ontem esta posição final era mais do que merecida. Infelizmente não consegui estar entre os dez primeiros, mas não era esse o meu objectivo principal. Consegui vencer uma especial e o Cyril venceu a prova. Tudo aquilo que a equipa trabalhou para conseguir foi alcançado e agora é tempo de festejarmos", concluiu.
Quanto a planos para o futuro, Faria deixa-os em aberto: "Neste momento é prematuro podermos pensar já no futuro. O Cyril ainda da prova falou-me nisso, mas deixei essas decisões para depois deste Dakar. Sinto-me bem com a equipa e penso que eles gostaram do meu trabalho, pelo menos o Cyril já o afirmou publicamente mais do que uma vez. Mas em breve irei naturalmente anunciar se vou continuar com a equipa ou se altero os meus planos para o ano de 2010. Quero fazer mais provas internacionais, e é isso que vou procurar na hora de tomar decisões.", daclarou.
Já Miguel Barbosa, estreante nestas paragens sul-americanas, o 12º lugar final até pode ter um sabor agridoce, pelo facto de ter falhado o objectivo de chegar ao "top ten", mas este é o seu melhor resultado de sempre no Dakar. "Estamos muito satisfeitos com o resultado final, tendo em conta que esta é apenas a nossa terceira participação na prova, e a primeira em solo sul-americano. Ambicionávamos o top 10, é uma realidade, mas fomos confrontados com tantas adversidades que rapidamente percebemos que seria uma meta muito complicada", começou por explicar.
"A regularidade é um factor importante numa prova como esta, mas nem sempre é possível. Hoje, e tal como ontem, não havia razão para correr riscos, até porque o troço era extremamente rápido e o mínimo deslize poderia ser fatal. Andar depressa não nos iria fazer ganhar posições, por isso preferimos ser cautelosos. Chegamos ao final com o sentimento de dever cumprido. Demos sempre o nosso melhor e terminar a prova já foi uma meta alcançada, pois a quantidade de pilotos que foram ficando pelo caminho foi enorme. E o 12º lugar foi o resultado possível dadas as circunstâncias", continuou.
"Este resultado, que supera os anteriormente conseguidos nesta prova, só foi possível com o apoio dos meus patrocinadores que viabilizaram todo este projecto. Para eles um obrigado especial por mais uma vez apostarem na minha carreira desportiva. Espero estar para o ano novamente à partida desta prova", concluiu.
Para finalizar, Ricardo Leal dos Santos, que acabou o Dakar na 14ª posição, a bordo de um verdadeiro carro privado, no melhor espírito deste rali. "Estou de facto muito satisfeito. Nunca tinha feito um Dakar que me tenha corrido tão bem quanto este, mas eu e o Paulo trabalhámos muito para que isto acontecesse. Ao contrário do que possa parecer, não é nada fácil gerir uma corrida destas, de enorme dureza, conseguindo o equilíbrio entre os bons resultados e imperiosa necessidade de poupar a mecânica", salienta Ricardo Leal dos Santos.
"Hoje (Ontem) fui mais uma vez penalizado pelo facto de ser privado. O Nicolas Misslin, da equipa Mitsubishi que ontem ficou atrás de mim, foi colocado a partir à nossa frente e diante dos camiões. Esta era daquelas etapas em velocidade, onde poderia ter terminado no Top 10, mas a ter de passar dois Kamaz, tal tornou-se numa tarefa impossível. Só fiz os derradeiros 40 quilómetros sem ter pó à minha frente e as ultrapassagens aos monstros estiveram longe de ser fáceis".
E o Dakar 2010 acabou. Em 2011 há mais, quer seja na América do Sul ou em Africa!
"Para quem estava afastado da competição há seis meses, não disputava um Dakar há três anos e não conhecia o actual figurino sul-americano, é claro que o resultado final superou as minhas melhores expectativas. Mais a mais, tive de adaptar-me a um novo navegador e a uma nova motorização no Racing Lancer... Mas é evidente que a maior limitação esteve no facto de partirmos para esta prova com um injusto e insólito 'handicap' no nosso carro, prejudicando sobremaneira a nossa performance nas etapas mais rápidas, sobretudo ao nível da velocidade de ponta", continuou.
"Aliás, isso foi hoje mais uma vez perfeitamente visível. Quase parecia o carro-vassoura, com toda a gente a ultrapassar-me em pista. Rectas, rectas e mais rectas e o pedal quase sempre a fundo. Pouco mais havia a fazer na especial de hoje. Enfim, o resultado de hoje não foi brilhante, mas o principal já estava feito. À nossa frente terminaram apenas cinco carros oficiais, três da Volkswagen e dois da BMW, e todos diesel... Julgo que é importante reflectir neste aspecto e ponderar uma eventual presença em 2011 numa viatura diesel. Para já, contudo, é tempo de festejar e saborear esta excelente classificação. Amanhã (hoje) acredito que vamos ter um fim de festa em grande no pódio de Buenos Aires. E se hoje sou eu a fazer anos, amanhã (hoje) é a vez de o Matthieu (Baumel) comemorar o seu aniversário. Na verdade, também ele está de parabéns pela magnífica prova que realizou",concluiu.
Já Helder Rodrigues, o quarto classificado da classe de motos, também era um homem feliz, pois alcançou não só o seu melhor resultado de sempre, como também se tornou no motard português mais bem classificado da história do Dakar. Tudo isso numa moto privada da classe 450, teoricamente menos potente que as de 650 cc.
"Estou muito contente, pois provei que tenho andamento e capacidades para andar com consistência na frente do Dakar. Estou em forma - chego ao fim sem lesões ou problemas físicos - e altamente motivado para continuar a apostar no Dakar. Sou de longe o mais jovem dos pilotos da frente e depois deste resultado sinto que vencer um Dakar é um sonho que está ao meu alcance e que posso concretizar a curto prazo!" afirmou.
Já Ruben Faria, vencedor da última etapa do Dakar, este foi um fecho com "chave de ouro" depis de um rali onde serviu como "aguadeiro" do vencedor, o francês Cyril Després. "Ontem falei com a equipa e com o Cyril e mesmo ao final do dia ele veio ter comigo e disse-me que hoje podería adoptar o meu ritmo, sem estragar o bom trabalho. Disse-lhe que queria recuperar os 58 segundos de atraso que tinha para o Berglund e foi ele que juntamente com todos os restantes elementos da equipa me disseram para tentar a sorte. Foi isso que fiz e sem qualquer compromisso dei o meu melhor", começou por explicar Faria no final da etapa.
"Impressionante. É o minimo que posso dizer. No final estavam todos os que partiram na minha frente à espera da minha chegada, o Cyril estava visivelmente feliz e quando cheguei foi dos primeiros a felicitar-me pela vitória. Estavam milhares de pessoas ao longo da especial e no final houve mesmo fogo de artificio e um grande ambiente de festa. Não podia ser melhor este Dakar, o Cyril venceu e eu consegui a vitória na derradeira especial, brihante!" exclamou.
"Penso que depois da recuperação de ontem esta posição final era mais do que merecida. Infelizmente não consegui estar entre os dez primeiros, mas não era esse o meu objectivo principal. Consegui vencer uma especial e o Cyril venceu a prova. Tudo aquilo que a equipa trabalhou para conseguir foi alcançado e agora é tempo de festejarmos", concluiu.
Quanto a planos para o futuro, Faria deixa-os em aberto: "Neste momento é prematuro podermos pensar já no futuro. O Cyril ainda da prova falou-me nisso, mas deixei essas decisões para depois deste Dakar. Sinto-me bem com a equipa e penso que eles gostaram do meu trabalho, pelo menos o Cyril já o afirmou publicamente mais do que uma vez. Mas em breve irei naturalmente anunciar se vou continuar com a equipa ou se altero os meus planos para o ano de 2010. Quero fazer mais provas internacionais, e é isso que vou procurar na hora de tomar decisões.", daclarou.
Já Miguel Barbosa, estreante nestas paragens sul-americanas, o 12º lugar final até pode ter um sabor agridoce, pelo facto de ter falhado o objectivo de chegar ao "top ten", mas este é o seu melhor resultado de sempre no Dakar. "Estamos muito satisfeitos com o resultado final, tendo em conta que esta é apenas a nossa terceira participação na prova, e a primeira em solo sul-americano. Ambicionávamos o top 10, é uma realidade, mas fomos confrontados com tantas adversidades que rapidamente percebemos que seria uma meta muito complicada", começou por explicar.
"A regularidade é um factor importante numa prova como esta, mas nem sempre é possível. Hoje, e tal como ontem, não havia razão para correr riscos, até porque o troço era extremamente rápido e o mínimo deslize poderia ser fatal. Andar depressa não nos iria fazer ganhar posições, por isso preferimos ser cautelosos. Chegamos ao final com o sentimento de dever cumprido. Demos sempre o nosso melhor e terminar a prova já foi uma meta alcançada, pois a quantidade de pilotos que foram ficando pelo caminho foi enorme. E o 12º lugar foi o resultado possível dadas as circunstâncias", continuou.
"Este resultado, que supera os anteriormente conseguidos nesta prova, só foi possível com o apoio dos meus patrocinadores que viabilizaram todo este projecto. Para eles um obrigado especial por mais uma vez apostarem na minha carreira desportiva. Espero estar para o ano novamente à partida desta prova", concluiu.
Para finalizar, Ricardo Leal dos Santos, que acabou o Dakar na 14ª posição, a bordo de um verdadeiro carro privado, no melhor espírito deste rali. "Estou de facto muito satisfeito. Nunca tinha feito um Dakar que me tenha corrido tão bem quanto este, mas eu e o Paulo trabalhámos muito para que isto acontecesse. Ao contrário do que possa parecer, não é nada fácil gerir uma corrida destas, de enorme dureza, conseguindo o equilíbrio entre os bons resultados e imperiosa necessidade de poupar a mecânica", salienta Ricardo Leal dos Santos.
"Hoje (Ontem) fui mais uma vez penalizado pelo facto de ser privado. O Nicolas Misslin, da equipa Mitsubishi que ontem ficou atrás de mim, foi colocado a partir à nossa frente e diante dos camiões. Esta era daquelas etapas em velocidade, onde poderia ter terminado no Top 10, mas a ter de passar dois Kamaz, tal tornou-se numa tarefa impossível. Só fiz os derradeiros 40 quilómetros sem ter pó à minha frente e as ultrapassagens aos monstros estiveram longe de ser fáceis".
E o Dakar 2010 acabou. Em 2011 há mais, quer seja na América do Sul ou em Africa!
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