As últimas noticias sobre o DTM nos dão a ideia de que essa categoria está a tentar uma forma de despertar a atenção dos amantes do automobilismo. Primeiro com a entrada de novos construtores, e depois com a sua expansão, quer através das marcas, quer através da modificação dos seus regulamentos no sentido de atrair, ou unificar, outras categorias, para rivalizar o WTCC. Japão e Estados Unidos são os alvos.
Primeiro que tudo, esta sexta-feira a BMW confirmou oficialmente aquilo que se andava a falar desde há alguns meses: o regresso à DTM na temporada de 2012, após vinte anos de ausência. Depois de alguns anos só com duas marcas a representar a categoria, Audi e Mercedes, a BMW e provavelmente a Opel, que saiu em 2005, poderão enriquecer o pelotão do campeonato construido na Alemanha.
Mário Theissen, diretor da competição da BMW, manifestou a sua satisfação com este regresso: "Toda a equipa da BMW Motorsport está a abordar este projeto excitante com total empenho. Começámos a realizar preparações técnicas depois de anunciarmos as nossas intenções em abril e estabelecemos parâmetros para um conceito de um veiculo de alta performance para uso no DTM", referiu.
E aparentemente, eles não querem ficar por aqui. Os promotores desejam exportar o conceito para outros continentes, nomeadamente os Estados Unidos e o Japão. No primeiro caso, a ideia é criar uma série local, provavelmente com as mesmas marcas, dado que elas se vendem bem nesse país. A partir de 2012, caso aconteça, será um campeonato com 12 corridas, seis incluidas no Grand-Am e outras seis na NASCAR, provavelmente nas provas de estrada, como Watkins Glen, Laguna Seca, Mid-Ohio, Sonoma e Road Atlanta.
"Na América, estamos a trabalhar com a organização da NASCAR. A partir de 2013, esperamos ter um campeonato com 12 corridas nos EUA. Serão seis com a Grand-Am e seis com a NASCAR, para um campeonato distinto na América. Penso que isto será muito, muito bom para o automobilismo dos Estados Unidos", afirmou Werner Aufrecht, presidente da direção do ITR ao site Autosport.com.
Quanto ao Japão, Aufrecht afirma que a ideia é chegar a um acordo com a categoria Super GT para que os regulamentos se uniformizem e atraiam outras marcas como a Nissan e a Toyota, que correm nesse Super GT. As negociações podem terminar no mês que vem com um acordo de forma a que "os carros do GT500 possam correr com os mesmos regulamentos europeus".
Eis um cenário provavel em 2014: um campeonato mundial de Turismo, com provas na Europa, Estados Unidos e Japão, e com Nissan ou Toyota a correrem ao lado de Mercedes, Opel, BMW e Audi. Em principio, até seria benéfico para o automobilismo em geral. Mas teria também o seu lado negativo, pois desconhece-se se isto não prejudicaria o WTCC.
Ambas as categorias convivem bem, pois o que não falta são marcas. Seat, BMW e Chevrolet estão lá, e a Volvo vai entrar em 2011. Mas desconhece-se se a marca alemã irá aguentar duas provas em simultâneo ou no final de 2011 anuncia a sua retirada oficial e assiste equipas privadas. Não seria má ideia se o fizesse, mas depois desconhecia-se se nessa nova expansão, alguns dos pilotos que andam por aqui não desertassem para a nova categoria. São perguntas que ainda não tem resposta, mas espera-se que as duas, três temporadas que aí vêm, nos forneçam uma luz sobre este futuro. Espero que as duas prosperem, sem que se "comam" uma à outra.
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