segunda-feira, 27 de junho de 2011

A coisas positivas de um ano onde um domina

Todos nós já andamos a discutir não se Sebastian Vettel revalidará o título mundial, mas sim quando é que ele alcançará o bicampeonato, dado que em oito corridas disputadas até agora, já venceu seis, e boa parte delas com um grande domínio sobre a concorrência, que pouco ou nada consegue fazer para alcançá-lo.

Contudo, apesar deste dominio, parece que continua a ter fome de títulos. Pelo menos é o que diz Christian Horner: "Ele está bastante focado nas vitórias. Em Montreal tudo teve como razão a vitória. Ele cometeu um erro na última volta porque sabia que tinha de estar à frente na zona do DRS, mas não resultou naquele momento. Ele está focado nos 25 pontos", referiu Horner após a vitória do piloto alemão em Valencia.

"Não sei quantos pontos ainda estão em jogo. Há muitos pontos ainda disponíveis, pelo que nunca se pode dizer nunca. O nosso objetivo é centrado corrida a corrida: maximizar a nossa performance e retirar o máximo de cada fim de semana. Este fim de semana ficámos a três pontos da pontuação máxima [nos Construtores] e tivemos ambos os carros no pódio", explicou.

"Vettel e a equipa conseguiram colocar-se numa posição bastante forte, mas como sabem, ainda há muito pela frente neste campeonato e quem sabe qual o efeito que a clarificação nos regulamentos - não é uma mudança - pode trazer em Silverstone. Sinto que capitalizámos todas as nossas oportunidades até agora e, como equipa, isso é altamente recompensador", terminou.

Aparentemente, esta vai ser mais uma temporada de domínio, como aconteceu tantas vezes no passado da Formula 1. Mercedes, Ferrari, Lotus, McLaren, Williams... todas estas equipas já tiveram máquinas que esmagaram a concorrência sem dó nem piedade, que decidiram títulos muito antes do campeonato do mundo chegar à sua última corrida. A acontecer, será pela primeira vez desde 2009 que a - ou as - últimas provas se arriscam a servir para cumprir calendário do que propriamente como uma batalha pelo primeiro lugar, como foi no ano passado. Será algo bom ou mau? Por incrível que pareça, até existem coisas boas nestes anos de dominação do qual dou-vos uma ideia.

Há uns tempos, numa conversa que tive com o Mike Vlcek, ele me disse que a coisa boa que há nos anos em que uma equipa ou um piloto domina é que ali poderemos ver a genialidade de alguém. Do projetista, em primeiro lugar, que permite ao piloto poder guiar o melhor que pode e vencer sempre. No caso em particular do RB7, é o mais recente chassis de Adrian Newey, que por sua vez, desenhou chassis icónicos como o FW14 ou o McLaren MP4-13. Ambos os carros dominaram respectivamente, as temporadas de 1992 e 1999, sem dar muitas hipóteses à concorrência. E deram a Nigel Mansell e a Mika Hakkinen a possibilidade de vencerem os seus campeonatos.

O que quero dizer é que o carro ajudou em muito estes pilotos a tirarem partido dele e a dominarem as pistas nesses anos. Mais do que o chassis a ajudar o piloto a ser campeão, ou vice-versa, é mais uma simbiose entre os dois. Da mesma forma que tivemos Michael Schumacher, um excelente afinador de carros no seu tempo, aproveitar da melhor forma os chassis desenhados por Rory Bryne e afinados por Ross Brawn. E o melhor deles todos, o F-2004, aquele que deu o sétimo título ao piloto alemão, então com 35 anos, foi uma espécie de "pináculo" desse periodo vitorioso.

Claro, podemos dizer que essas corridas eram chatas, já sabiamos quem ia ganhar, blá, blá, blá. Mas quando deixamos passar algum tempo, a poeira assentar e começarmos a pensar com frieza, vemos que tais chassis eram provas de extrema genialidade da pessoa que o projetou, aliado aos excelente pilotos que os guiaram. Afinal de contas, hoje em dia ainda se elogiam os grandes chassis do passado, que dominaram e marcaram toda uma época.E este RB7 vai ser mais um desses, passando para a história como mais uma demonstração do génio de Adrian Newey.

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