terça-feira, 28 de junho de 2011

Os vários caminhos da Renault

Agora que entramos no Verão europeu, e o campeonato está quase a meio (mas com uma vencedor quase definido), é altura de colocar alguma da escrita em dia. E uma delas queria ter feito no final da semana passada, mas as circunstâncias não deixaram. É sobre a Renault.

Como é sabido, a marca está neste ano na Formula 1 mais como fornecedora de motores do que como construtora, embora empreste o seu nome ao chassis e à equipa baseada em Enstone. Mas aquilo já foi Benetton e Toleman, portanto, a fama de camaleão já vem de longe. Mas o que queria falar na semana passada e acabou por não acontecer são duas coisas, uma delas que ouvi eu mesmo de uma conversa que tive com um amigo meu.

Segundo ele, Gerard Lopez, da Genii, anda desesperado por dinheiro fresco, de onde quer que venha. E há umas semanas esteve no Brasil, mais concretamente, na zona de Rio de Janeiro e São Paulo para falar com potenciais patrocinadores para apoiar a entrada de Bruno Senna na equipa, provavelmente em substituição de Nick Heidfeld. Uma das empresas que visitou foi a Cerveja Petrópolis, que comercializa a marca Itaipava. Só que ele pediu muito - fala-se de entre 15 a 30 milhões de euros - o que seria lógico, pois é o valor que sustenta Vitaly Petrov. Mas os brasileiros assustaram-se e disseram que não valia a pena.

Esta busca desesperada por patrocínios, associado às saídas de elementos técnicos importantes da equipa de Enstone, causados pelas tensões causadas por Gerard Lopez - e que Eric Boullier assiste algo impotente ou de forma cúmplice. Para piorar as coisas, os pagamentos para a Renault estão bastante atrasados e a casa-mãe poderá começar a pensar uma de duas coisas: retirar o seu nome da estrutura e deixar de fornecer os motores, ou então o contrário, ou seja, voltar a tomar posse da estrutura. Essa última fase estava dependente de saber, na semana passada, como é que a questão dos motores para 2013 ficaria resolvida. Com o adiamento por mais um ano e a aprovação de uma arquitectura de V6, eventualmente limitados a pouco mais de 15 mil rotações por minuto, pode ser que a Renault volte, quer dessa maneira, quer associada a equipas com quem trabalhou no passado, como a Williams e a Team Lotus.

Em relação à primeira, já está aceite no "paddock" que irá fornecer motores em 2012, enquanto que no lado da equipa de Tony Fernandes, as pessoas estão a ficar surpreendidas com a sua capacidade de angariar patrocínios. Depois da General Eletric, anunciado há quase duas semanas, o Joe Saward volta a falar hoje que a Sonangol poderá ser a parceira que se segue, devido à presença no "paddock" valenciano de membros do governo angolano... e de um dos filhos do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

Uma coisa é certa: a Renault continua interessado na Formula 1. Resta saber se o seu futuro mais próximo será em parceria com alguém ou então tentar recuperar o que foi seu não há muito tempo atrás. Carlos Ghosn tem a última palavra.

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