Agora é real, o Angélico está morto. Os médicos do Hospital de Santo António declararam o óbito esta noite após terem decidido desligar as máquinas que o mantinham vivo depois do grave acidente que sofreu na madrugada deste sábado. Depois de três dias a sofrer, e a fazer com que os pais passassem pela pior das suas dores, tudo acabou.
Neste momento em que o corpo está a ser levado para a morgue e as formalidades estão a ser tratadas, o circo mediático desloca-se para o local do enterro ou cremação, certamente transmitido em direto pela TVI, pois foi ela que fabricou a sua fama. Mas quero perguntar uma coisa: quando todo o circo acabar, farão todos os circulos e acenderão velinhas pela pobre rapariga de 17 anos que está internada e arranjarão lugar nos jornais para dar noticias sobre o estado de saúde dela? Pois é... não é mediática. Voltaremos a vê-la daqui a dez anos, se calhar, quando um canal qualquer fizer uma grande reportagem sobre este assunto. Espero não ver essa rapariga numa cadeira de rodas, mas não acredito.
E sabem... todo este sofrimento poderia ser evitado. Bastariam duas coisas: moderação no acelerador e os cintos de segurança colocados. E é assim como uma vida acaba aos 28 anos, outra aos 25 - chamava-se Hélio Danilson Filipe e foi hoje a enterrar - e como uma vida de 17 anos poderá ficar afetada, senão estragada de forma permanente. São verdades inconvenientes do qual ninguém gosta de ouvir, mas lamento, tem de ser ditas.
Francamente, tenho muita pena dos pais, que não merecem passar por isto. Simplesmente nenhum pai e mãe, por muito mal que o seu filho ou filha tenha cometido, não merece passar pelo pior dos castigos, que é este.
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