(...) Enzo Ferrari, o antigo diretor desportivo da Alfa Romeo, tinha construido a sua própria marca com o objetivo de bater os Alfa, a antiga equipa do seu coração. Tinha decidido construir carros de estrada como um dos objetivos de sustentar a sua equipa de competição, e também como forma de publicitar as suas vitórias. O modelo de 1951, o 375, tinha sido estreado no ano anterior em Monza, e ao longo desse ano tinha contestado o dominio dos Alfa, nas mãos de pilotos como Alberto Ascari. Luigi Villoresi e Froilan Gonzalez.
Apesar de Ascari ser o principal piloto, foi Gonzalez que por fim "matou o borrego", ao vencer o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, dando a primeira vitória de sempre da Scuderia na Formula 1. Ferrari disse depois que tal vitória tinha tido um sentido ambivalente, pois "tinha a sensação que acabara de matar a minha mãe".
A partir dali, os Ferrari venceram as duas provas seguintes, na Alemanha e em Itália, através de Ascari, o que fez com que à entrada da última corrida do ano, a diferença entre os dois primeiros classificados, Juan Manuel Fangio e Albarto Ascari, fosse de dois pontos (27 contra 25), com Froilan Gonzalez em terceiro, com 21 pontos. A última corrida do ano era uma estreia. O GP de Espanha, que era disputado a 28 de outubro daquele ano, aconteceria numa pista urbana em Barcelona, o Circuito de Pedralbes. Com 6316 metros, tinha um desenho simples cuja reta era na principal avenida da cidade a então "Avenida do Generalissimo Franco". Ferrari e Alfa Romeo iriam correr com quatro carros cada um: a scuderia colocava Ascari, Villoresi, Gonzalez e Piero Taruffi, enquanto que a equipa de Varese tinha Fangio, Nino Farina, o suiço Toulo de Grafenried e Felice Bonetto. (...)"
O circuito urbano de Pedralbes era o palco para a última corrida da temporada de 1951, onde a Alfa Romeo, que tinha dominado as ocisas até então, era desafiada pelos Ferrari. A marca de Maranello conseguira bater a invencibilidade dos Alfa em Silverstone, através do argentino Froilan Gonzalez, mas isso acontecera a meio do ano, o que dava à marca de Varese alguma margem de manobra para alcançar o título.
Ambos as marcas alinharam com quatro carros cada uma, demonstrando que estavam ali para dar tudo por tudo por esse titulo. Mas no final, o fator decisivo foi a escolha dos pneus, onde Fangio foi mais esperto do que os Ferrari, e quando estes começaram a ir às boxes para trocar de pneus, este, mais calmo e mais consistente, abria uma vantagem tal que o seu maior rival ficaria a duas voltas do vencedor. E é esse grande momento de "El Maestro" que pode ser visto hoje no Podium GP.
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