sábado, 23 de julho de 2011

The End: Amy Winehouse (1983-2011)

Confesso: nunca fui fã das suas musicas, embora reconheça que cantava aquilo que tinha na alma. Se quero ouvir vezes sem conta uma mulher com voz, perfiro Adele, por exemplo. Ou há dois exemplos nacionais que descobri ao longo dos anos (gracias, Antena 3), que são a Marcia e a Rita Redshoes. E tive o previlégio de as ouvir antes de terem a fama que têm agora.

Amy Winehouse foi encontrada morta esta tarde na sua casa de Londres. Gostaria de dizer que era um fim inevitável, mas confesso que fui apanhado pela segunda vez em dois dias com as "calças na mão". Saio de casa sem computador, para ver se consigo ter umas três ou quatro horas sem Internet, volto a casa e sou surpreendido com um atentado á bomba acompanhado de um massacre na Noruega. Queria escrever sobre isso mais logo à noite, mas os acontecimentos precipitaram-se e a Amy decidiu que queria juntar-se ao famigerado "Clube dos 27", do qual o último membro se juntou há 17 anos, numa fria tarde de abril de 1994.

Para poder escrever isto, desliguei o Facebook e o Twitter. Estão cheios de mensagens sobre o assunto, muitos deles com dedos acusadores apontando para o seu comportamento Para mim já estava a ser demasiado ruído para poder falar com calma sobre isto. E quando fui ao Google Images para arranjar algo para ilustrar este post, fui "assaltado" pelas imagens dela no seu pior. Mas não estou surpreendido, por causa do mundo em que vivemos agora. Aquilo que viamos no palco, a beber e a cantar em estado pouco sóbria, com comportamentos que deliciavam os fotógrafos de pelotão, fazia com que os diretores de jornais, principalmente os sensacionalistas, escarrapachassem nas suas primeiras páginas, para vender mais uns milhares de exemplares extra. E aproveitavam para fazer trocadilhos com a sua musica mais famosa, "Rehab".

De facto, podemos dizer agora, neste 23 de julho de 2011, que cumpriu a sua jura. Fez finca pé a não ir para a reabilitação e agora está morta, mês e meio antes de chegar aos 28 anos. O que me entristece não é o seu comportamento em público e a sua espiral autodestrutiva. Somos aquilo que escolhemos, como diria alguém. Mas é o fato de daqui a uns meses, no Natal, irei ver as dezenas de livros sobre ela nas estantes das livrarias, em destaque, e as dezenas de "Greatest Hits" dela nas lojas de discos, bem como as inumeras versões do "Rehab" ou outras das musicas que ela cantou e compôs.

E vai ser graças a nós que ela vai ganhar muito mais dinheiro morta do que viva. Ars lunga, vita brevis.

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