Ele tem a coincidência de ter nascido no mesmo dia que Emerson Fittipaldi, e também de ter acabado como piloto de Formula 1. Mas as comparações ficam por aqui. Teve uma carreira discreta, de apenas sete corridas, mas conseguiu pontuar em pelo menos uma delas, e participou indiretamente num do momentos mais horriveis da história do automobilismo, onde o seu companheiro de equipa foi morto. No dia do seu 65º aniversário natalicio, falo hoje de Renzo Zorzi.
Nascido a 12 de dezembro de 1946 em Ziano de Fiemme, no Trentino italiano, começou tarde no automobilismo, em 1972, na Formula 3 italiana, num chassis Tecno da Scuderia Mirabella. Continua no ano seguinte, onde os resultados fazem com que ele seja escolhido pela Lancia para o seu projeto de Formula 3. Nesse seu terceiro ano na categoria, consegue o seu melhor resultado de sempre, ao vencer no prestigiado GP do Mónaco, com esse motor Lancia.
Estes resultados fazem com que ele tente a sua sorte na categoria máxima. Aluga um Williams no GP de Itália e estreia-se na competição, com um 22º lugar na qualificação e um 14º lugar como resultado final. No ano seguinte, volta a tentar a sua sorte com um Williams, agora comprada em parte por Walter Wolf. Corre na primeira prova do ano, no Brasil, onde faz um bom resultado, sendo nono classificado, a uma volta do vencedor. Mas cedo o dinheiro do patrocinio acaba e faz o resto da temporada na Formula 3.
Mas esses resultados fazem com que tenha uma nova chance na temporada de 1977. Apoiado por Franco Ambrosio, coloca-o na equipa Shadow, ao lado do piloto galês Tom Pryce. Apesar de ser constantemente mais lento do que o seu companheiro de equipa, ele consegue um inesperado ponto no desgastante GP do Brasil, a uma volta do vencedor. Mas na corrida seguinte, na Africa do Sul, Zorzi entra indirectamente numa das histórias mais negras da Formula 1, e que envolve a morte do seu companheiro de equipa.
Na volta 21 dessa corrida, Zorzi encosta à berma na reta da meta, depois de ter sido detetada uma fuga de combustivel, que causara um pequeno incêndio no seu carro. Do outro lado da pista, dois comissários começam a correr na sua direção para assistir o piloto italiano. Um deles é Jensen Van Vuuren, um bagageiro de 18 anos do Aeroporto de Joanesburgo que faz de comissário de pista nesse dia. Ambos atrvessam a pista numa zona de pouca visibilidade, e no preciso momento em que aparecem três carros: o Shadow de Pryce, o March de Hans-Joachim Stuck e o Ligier de Jacques Laffite. Stuck ia na frente e evita "in extremis" mas Pryce, que ia no seu "slipstream", não e leva em cheio com o extintor que Van Vuuren trazia. Ambos morrem no impacto, mas o Shadow descontrolado ainda bate no carro de Laffite, mas o piloto francês sai incólume.
Zorzi corre em mais duas corridas, com o seu novo companheiro de equipa, o australiano Alan Jones, mas cedo se revela não ter o ritmo pretendido e Franco Ambrósio decide trocá-lo por outro compatriota seu, mais promisor: Riccardo Patrese. A carreira de Zorzi fecha depois do GP de Espanha.
A sua carreira na Formula 1: Sete Grandes Prémios, em três temporadas (1975-77), um ponto.
Após a Formula 1, Zorzi andou pelo Grupo 6, onde venceu em 1979 os 1000 km de Monza, para além de algumas passagens pela Formula Aurora, o campeonato britânico de Formula 1, em 1980, ao volante de um Arrows A1. Continuou a correr nos Sport-Protótipos de Grupo C no meio da década de 80, com o seu melhor resultado um segundo lugar em Mugello, na temporada de 1985, a bordo de um Porsche 956, ao lado do argentino Oscar Larrauri e do italiano Massimo Sigala. Pouco depois, fechou a sua carreira competitiva para se dedicar à instrução de condução no Autódromo de Binetto, no sul de Itália.
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1 comentário:
Esse piloto gentilmente me deu seu autografo em frente a um hotel no Guarujá em 77 acho...
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