sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Manoel de Oliveira, piloto de automóveis

"Se o Brasil têm Óscar Niemeyer, o arquiteto que desenhou Brasília e aos 104 anos, é uma personalidade reverenciada por todos no Brasil, já Portugal tem uma personalidade semelhante, em termos de fama e longevidade. Manuel de Oliveira é, aos 103 anos de idade – completará 104 a 11 de dezembro, o realizador mais velho em atividade e ainda com vitalidade suficiente para realizar um filme por ano. O seu mais recente filme é “O Gebo e a Sombra” e a sua maneira de filmar é reverenciada pelos críticos de todo o mundo, especialmente em França. 

Contudo, o realizador da cidade do Porto – cujo primeiro filme é de 1931 – tem também outra faceta menos conhecida. Desportista nato na sua juventude foi ator, mas sobretudo… corredor de automóveis. Manuel de Oliveira é o irmão mais velho de Casimiro de Oliveira, piloto de “Sport” nos anos 40 e 50, sendo o primeiro a correr de Ferrari em terras portuguesas. Mas na década de 30, ao volante de um Ford, Casimiro e Manuel foram ativos pilotos de automóveis, até com passagem pelo Brasil, mais concretamente pelo Circuito da Gávea, correndo com algumas das lendas do seu tempo. (...)

Os feitos desta segunda vida de Manoel de Oliveira mereceram um livro em 2009, de seu nome "Manoel de Oliveira, Piloto de Automóveis", feito para assinalar esta sua segunda vida, uma de muitas que teve ao longo da sua vida centenária. E sobre este livro, o autor fez questão de estar presente no lançamento, falar dos seus feitos automobilísticos e dar autógrafos na altura da sua apresentação. E na altura, falou dos pilotos que admira e que viu correr ao longo da sua vida: Nuvolari, Fangio e Senna. E claro, sobre as diferenças entre o seu tempo e os dias de hoje:

“Hoje, os carros são muito mais evoluídos, inclusive para defesa do piloto. Mesmo assim, o brasileiro Ayrton Senna foi desta para melhor. Era um bom piloto, até já estive no seu túmulo, em São Paulo, e chamou-me a atenção a placa que lá tinha: 'Podem-me roubar tudo, menos o meu amor a Deus'. Mas, para mim, Juan Manuel Fangio ficará como o melhor de sempre. O Tazio Nuvolari também ganhou muitas corridas, só que o argentino ainda lhe era superior".

Este excerto e os seus feitos automobilisticos nos tempos dos "Grand Prix" podem ser lidos na edição deste mês do Crónicas D'Além Mar, no site Nobres do Grid.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá. Gostei bastante do seu blog. É bastante informativo. Também tenho um, bem amador. Se puder dê uma olhada.
http://formulacafe.wordpress.com/