O assunto da 20ª vaga no calendário da Formula 1 ainda não está resolvido e, de reprente, um improvável candidato volta a estar em óbrita. E este candidato se chama... Portimão? E quem o coloca nas bocas do mundo? O anãozinho tenebroso, a.k.a. Bernie Ecclestone. Isso vi na edição online da Autosport portuguesa.
Numa entrevista ao jornal austriaco Salzburger Nachtrichen, Ecclestone coloca Portugal na corrida à vigésima vaga: “Para a data livre há o interesse de França e agora também Portugal, com a pista do Algarve. A questão relativa ao GP da Alemanha está ainda em aberto, há a possibilidade de ser em qualquer dos dois circuitos, Nurburgring ou Hockenheim. Relativamente à Áustria, gosto de ir para lá de férias, mas já temos demasiadas corridas na Europa.”, referiu.
De facto, Bernie Ecclestone não quer a Áustria no calendário, apesar de, na vaga em questão, 21 de julho, ser a opção mais lógica. Ecclestone alega que a oferta hoteleira é pequena, declarações cuiriosas de uma pessoa que levou a Formula 1 ao país de Mozart e Freud até 2003. E ainda por cima, sabia-se que, sendo um "one-off", a Áustria seria uma localização ideal porque a pista de Zeltweg - agora Red Bull Ring - seria um símbolo do crescente poder austríaco na Formula 1, e cujas deslocações a marca dos energéticos estaria disposta a pagar. Algo que não interessa a Ecclestone, que sempre preferiu trabalhar com fundos estatais, por ter maior garantia de pagamento.
Formula 1 em Portimão a 21 de julho teria argumentos imbatíveis. Em plena época alta no Algarve, com um aeroporto à mão e boas acessibilidades, para além de uma oferta hoteleira de alta qualidade - e Espanha está ali perto... - esses são argumentos altamente imbatíveis. Mas há um preço do qual muito provavelmente poderá causar embaraços no futuro. Quanto é que Ecclestone irá exigir ao governo português para ter a Formula 1? Esta semana li no site brasileiro Tazio que o governo do estado australiano de Victoria vai pagar mais de 121 milhões de dólares para poder acolher o GP da Austrália em Melbourne. Isso tudo foi divulgado no jornal local "Herald Sun", num acordo que o periódico classifica como "confidencial".
E há outra coisa do qual as pessoas pouco pensam, mas existe: a Parkalgar, a empresa de Paulo Pinheiro, está em insolvência, como o o Joe Saward explica muito bem num dos posts que hoje escreveu no seu blog.
E há outra coisa do qual as pessoas pouco pensam, mas existe: a Parkalgar, a empresa de Paulo Pinheiro, está em insolvência, como o o Joe Saward explica muito bem num dos posts que hoje escreveu no seu blog.
Portimão é um excelente circuito, disso não tenho dúvidas. E o regresso da Formula 1 a Portugal seria seguramente muito bem vindo pelos fãs, pois é um circuito desafiante e elogiado pelos pilotos. E não é um tilkódromo. E o impacto económico no Algarve seria fantástico, numa economia em crise, pois faria render muitas mais valias superiores a cem milhões de euros. Mas a maneira como Bernie Ecclestone faz os seus contratos deixa muito a desejar e pode ser um verdadeiro sorvedouro público num governo que não é nada bem visto pela opinião pública local devido ao resgate que pediram ao FMI e à União Europeia, no valor de 80 mil milhões de euros...
Vamos a ver no que isto pode dar. Mas na minha honesta opinião, as verdadeiras intenções de Bernie Ecclestone estão ditas na última frase da declaração acima: não quer mais corridas na Europa.
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