Falei de raspão no passado dia 11, quando contava acerca do iminente regresso da Honda à Formula 1, mas hoje volto a falar sobre o preço dos motores para 2014. É que o jornal alemão "Sport Bild" fala na edição de hoje que os preços que as três montadoras andam a pedir às equipas é simplesmente demasiado para os seus orçamentos. E das onze equipas presentes, sete estão com dificuldades em arranjar o dinheiro exigido na próxima temporada.
Para quem não leu o artigo, digo que as três montadoras estão a dar preços diferentes pelos seus motores. A Ferrari pede entre 13 a 15 milhões por ano, a Mercedes anda a pedir entre 18 e 20 milhões e a Renault pede mais com um valor na ordem dos 25 milhões por temporada. Só que isso é demasiado para os preços que estão a ser exigidos pelos motores que andam a usar agora, que estão limitados nos 6 milhões de euros, logo, um aumento brutal.
Ora, com estes preços, apenas Ferrari, Mercedes, Red Bull e McLaren tem essa capacidade. A Lotus tem dificuldades em pagar tal valor para os Renault, apesar das relações de algum privilégio e a Williams e Caterham provavelmente poderão pedir aos seus pilotos pagantes para que arranjem novos patrocínios para preencher os valores em falta. No caso da Mercedes, mesmo com a McLaren a ser capaz de pagar as despesas por um último ano, antes de passar para a Honda, a Force India tem as suas dificuldades bem noticiadas pela imprensa, devido aos problemas com os negócios de Vijay Mallya.
No caso da Ferrari, a Sauber poderá, graças às suas relações algo privilegiadas com a marca de Maranello, mas eles já espreitam um acordo com a Honda, ao mesmo tempo que a Lotus também se encontra a negociar um acordo semelhante. E não se pode esquecer que existem desde há algumas semanas rumores de que em 2015, a Toyota poderá fazer o seu regresso à Formula 1, abastecendo a Williams. Justamente a equipa, que tem um contrato com a Renault, que terminará no final da temporada de 2014...
Muito provavelmente, a Marussia - que é a única que não tem contrato com nenhuma destas montadoras, já que vai de Cosworth - irá escolher os propulsores da marca de Maranello. Ainda por cima, pode ser que isso garanta a continuidade do francês Jules Bianchi, já que é piloto de testes da marca.
O certo é que isto está a deixar as equipas a pensar. Helmut Uhl, o jornalista que escreve o artigo do Bild, afirma que “ainda em Barcelona, você podia sentir algo estranho, uma tensão invisível”, descreveu. E nos próximos tempos, as coisas prometem aquecer ainda mais.
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