A primeira corrida em solo europeu de 2013 fazia-se sob bons auspicios: um belo tempo primaveril em solo catalão, uma multidão no circuito esperando por uma vitória de Fernando Alonso, apesar da primeira fila da Mercedes, e um equilibrio que se esperava na corrida entre Lotus, Ferrari, Red Bull e Mercedes, embora se esperasse que os carros da Flecha Prateada não tivessem o mesmo ritmo de corrida que os restantes, andando provavelmente ao nivel da McLaren nesta pista. Mas isso teria de ser visto graças ás estratégias de uns pneus que tinham a capacidade de resistência de uma mosca na lama. Aliás, algumas equipas esperavam fazer quatro paragens nas boxes, enquanto que a generalidade das pessoas acreditava que três paragens seria o ideal.
Numa partida sem dramas, Alonso largou bem e chegou-se atrás de Nico Rosberg, esperando pela melhor oportunidade de atacar e ficar com a liderança. Atrás dele, Kimi Raikkonen decidira adoptar uma estratégia diferente dos outros pilotos, calçando médios para ver se acabava melhor do que a concorrência.
A partir da volta 12 começaram as primeiras trocas de pneus. Com a ideia feita de que iria haver as tais três paragens nas boxes, Rosberg tentou manter Vettel e Alonso atrás de si, mas não conseguiu, mostrando que não tinha carro para corrida, perdendo lugares atrás de lugares um poucas curvas, já que o seu carro não funcionava em relação à concorrencia. Aliás, temos depois, com Hamilton ainda mais para trás do que Rosberg, e quando foi superado pelo Williams de Pastor Maldonado, queixou-se na rádio que "tinha sido passado por um Williams". Há uns 15 anos, isso não seria noticia...
Quase dez voltas depois, houve novas paragens, com Massa a parar na volta 21, tentando ser mais ousado e fazer quatro paragens. Na frente, Alonso já efetuava a sua estratégia, mas nova paragem para pneus fez com que Vettel liderasse, com Raikkonen no segundo lugar, mas a aproximar-se, e Alonso era o terceiro. Entretanto, bem atrás, Giedo Van Der Garde era o centro das atenções quando na volta 24, a sua roda traseira esquerda decide ter vida própria e ir à sua vida. O holandês consegue chegar às boxes em três rodas, e consegue continuar.
E a partir da volta 28, a Ferrari tinha os seus dois carros na liderança. Atrás, por essa altura, o centro das atenções focava-se a luta entre Vettel e Raikkonen, com o finlandês da Lotus a tentar de tudo até à volta 33, quando ele consegue passar o alemão no final da reta. Justamente na mesma altura em que se ouve uma mensagem na radio do engenheiro do Vettel pedindo para poupar os pneus, algo que o iria impedir no final de chegar ao pódio.
Na volta 36, um incidente de boxes, quando o Sauber de Nico Hulkenberg, que saia das boxes, tocou no Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, que destruiu o seu nariz, obrigando-o a fazer uma paragem extra. Na volta seguinte, os Ferrari voltam a parar, com Alonso primeiro e Massa depois.
E por esta altura, já se via que a velocidade de Alonso era mais do que suficiente para aguentar a resistência do finlandês. Iria ser como na China: o melhor aproveitamento dos pneus por parte do piloto espanhol a meio da corrida perante a concorrência de Raikkonen seria mais do que suficiente para assegurar a vitória nesta corrida. Somente as paragens finais nas boxes poderiam modificar - ou confirmar - essa impressão.
Quando aconteceu, Raikkonen foi o primeiro a parar, tentando chegar ao fim com um jogo de pneus que aguente as 19 voltas finais, enquanto que pouco depois, os Ferrari pararam, primeiro Massa, depois Alonso. Mas o espanhol estava confortável, e cada vez mais confiante de que ia a caminho da sua segunda vitória na temporada. Com isso resolvido, esperava-se que Felipe Massa poderia apanhar Kimi Raikkonen para conseguir uma dobradinha para a Ferrari que não acontece desde 2010. Contudo, os seus pneus não aguentaram o seu ritmo - sempre foi mais violento com os pneus do que o resto da concorrencia - e teve de ficar com o terceiro posto.
No final, perante o delírio dos seus fãs, Fernando Alonso levou a melhor sobre Kimi Raikkonen e Felipe Massa. Sebastian Vettel conseguiu o quarto lugar, na frente de Mark Webber e Nico Rosberg, que mostra que o Mercedes, por muito bom que sejam nas qualificações, não tem ainda ritmo de corrida suficiente para vencer. Hamilton, por exemplo, ficou fora dos pontos... a fechar os pontos vieram Paul di Resta, os McLaren de Jenson Button e Sergio Perez e o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.
Depois de Barcelona, todos rumam para Monte Carlo, onde dali a duas semanas, a Formula 1 andará no sitio mais luxuoso e glamouroso que existe.
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