domingo, 3 de novembro de 2013

Formula 1 2013 - Ronda 17, Abu Dhabi (Corrida)

Abu Dhabi é um daqueles tilkódromos que têm o acrescento de que os "novos-ricos" do petróleo se podem mostrar a sua riqueza. Mas não é tão extravagante como a sua vizinha Dubai, onde eles tentam ter de tudo, a começar pelo edificio mais alto do mundo, o Burj Al Khalifa. Em Abu Dhabi, o circuito de Yas Marina, existente desde 2009, é o "ex-libris" da cidade, atraindo toda a gente e colocando a cidade nas bocas do mundo, em vez do Dubai. E no "Mónaco do Golfo", isso funciona, apesar do ostensivo "cheiro a novo"...

Mas em Abu Dhabi, havia um homem nas bocas do mundo, e desta vez não era Sebastian Vettel. Nem era o poleman, Mark Webber. Era sim Kimi Raikkonen, a pessoa onde parece que todas as catástrofes do mundo lhe aconteciam. De saco cheio com as promessas de pagamento por cumprir, uma zanga na Índia com Alan Permane parece ter sido a gota de água que fez transbordar o copo, hesitando em ir a Abu Dhabi, antes de treinar e fazer o quinto melhor tempo... até que os técnicos da FIA terem descoberto uma irregularidade no seu assoalho e ele ser obrigado de largar do último lugar da grelha.

Para piorar as coisas, ele deixava claro quer a Gerard Lopez, quer a Eric Boullier, que esta poderia ser a última corrida ao serviço da equipa... se não pagasse o que deviam. Em suma, o finlandês de 34 anos era um homem acossado neste final de semana, e tinha de fazer algo fora do vulgar para compensar o fim de semana infernal que estava a ter.

Sob o lusco-fusco, máquinas e pilotos preparavam-se para a corrida. E quando esta começou, todos queriam ver até que ponto ia Kimi Raikkonen nesta prova. Durou... três curvas. Se na frente, Sebastian Vettel partia para o comando da corrida, superando Mark Webber - que perdeu posições para os Mercedes - atrás, Kimi Raikkonen sofre um toque de Max Chilton, que danificou a sua suspensão e acabou a corrida por ali. Provavelmente, o finlandês viu aquilo como um sinal de alívio, porque nem a corrida ia a meio e ele já estava... a caminho do hotel!

Mas também a partida teve mais vítimas. Jenson Button sofreu um toque na sua asa dianteira e teve de a trocar na volta seguinte, caindo para a cauda do pelotão, e mudando para pneus médios. Com o passar das voltas, desenhava-se o resto da corrida: Vettel na frente, com Rosberg no segundo lugar, Grosjean e Webber, que tinha alguns problemas com o KERS. As primeiras mudanças de pneus não trouxeram muitas novidades, e o interesse da corrida decaia lentamente para a luta entre o quinto e o décimo lugar. Ora tínhamos Nico Hulkenberg, ora tínhamos os Force India, que tinham estratégias para que os seus pneus durassem o mais possível. Mas também haviam os Ferrari de Fernando Alonso e Felipe Massa, agora em luta declarada. 

A meio da corrida, os Red Bull tinham saido melhor do que Nico Rosberg e Romain Grosjean nas trocas de boxe e praticamente ficavam com os dois primeiros lugares. Agora, o motivo de interesse eram os dois Ferrari, que lutavam... pelo quinto lugar, com Massa na frente de Alonso, mas o brasileiro tinha pneus mais novos. Contudo, foi o brasileiro a ir às boxes primeiro, com uma paragem um pouco mais lenta do que o normal.

Na segunda parte da corrida, a vantagem de Vettel alargou-se ainda mais, fazendo o melhor uso dos seus pneus, enquanto acontecia a mesma coisa para com Mark Webber, concentrando a luta mais abaixo. Mas houve um momento importante a cinco voltas do fim, quando Fernando Alonso colocou pneus moles e saiu das boxes mesmo à frente do Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, numa manobra que muitos consideraram como perigosa. A FIA investigou, mas o resultado não afetou a corrida.

Mas a troca e a manobra compensaram: nas voltas finais, fez a melhor volta da corrida e utrapassou Hamilton e o Force India de Paul di Resta, chegando ao quinto posto, o melhor que poderia alcançar. Massa, por seu turno, foi apenas sétimo.

Mas na frente, e pela sétima vez consecutiva, Sebastian Vettel comemorava a vitória, na frente de Mark Webber, dando mais uma dupla para a equipa de Milton Keynes. E como na Índia, voltou a comemorar com uns "donuts", levando desta vez o seu carro às boxes, para evitar pagar a multa. Mas não havia muitos motivos para comemorar, pois a corrida foi mais burocrática do que excitante. E assim caminhamos para o final desta temporada... 

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