A noticia de que o Tribunal de Munique decidiu nesta quinta-feira processar Bernie Ecclestone por suborno a Gerhard Gribowsky era aguardada há muito tempo, diga-se de passagem. O julgamento do caso está previsto para começar no mês de abril, na cidade bávara, mas que não se esperava nisto tudo é que Ecclestone tivesse decidido suspender as funções no seu cargo de "patrão" da Formula 1, com efeito imediato.
“Até que o caso esteja concluído, o sr. Ecclestone vai deixar de ser director, com efeitos imediatos, renunciando aos seus deveres neste conselho de administração até que o caso seja resolvido. Este conselho acredita, no entanto, que é no melhor interesse do negócio e do desporto que o sr. Ecclestone deve continuar a gerir o negócio diariamente, mas com maior escrutínio e controlo por parte deste conselho”, pode ler-se num comunicado da Delta Topco, a “holding” que controla a Fórmula 1, emitido na tarde desta quinta-feira.
Quem segue este blog e a Formula 1 sabe do que isto se trata: no final de 2010, as finanças alemãs, que investigavam a falência do banco Bayern LB, descobriram na conta austriaca de Gerhard Gribowsky, um dos dirigentes do banco, cerca de 50 milhões de dólares (cerca de 35 milhões de euros) não declarados. Sem conseguir justificar de onde vieram, foi investigado e processado pela Procuradoria de Munique. O caso acabou em tribunal, onde em junho de 2012 foi condenado a oito anos de prisão por suborno e fuga aos impostos.
Ora, alguns anos antes, em 2002, a Bayern LB tinha ficado com os direitos da Formula 1, espólio resultante da falência do Grupo Kirch. Pouco tempo depois, em 2005, Bernie Ecclestone queria que esses direitos caissem nas mãos do fundo de investimento CVC, e convenceu Gribowsky a ceder a preço um pouco mais baixo do que a concorrência, em troca de um pagamento. Bernie recebeu uma bela comissão, à volta de 100 milhões de dólares (mais ou menos 70 milhões de euros) e deu metade a Gribowsky, como recompensa.
Quando tudo foi descoberto, Gribowsky denunciou Ecclestone, e este, quando foi a tribunal como testemunha do caso, declarou que tinha pago, mas justificou-se dizendo que tinha sido... chantageado, afirmando que Gribowsky ameaçara denunciar a ele e ao fundo familiar Bambino por sonegação de impostos na Grã-Bretanha. Ele afirmava que caso fosse adiante, teria de pagar em impostos corrigidos quase metade toda a sua fortuna, avaliada em quatro mil milhões de libras (pouco mais de 4,5 milhões de euros).
Crê-se que ele disse isso no sentido de chegar a um acordo e evitar que ele fosse processado pela justiça alemã, mas aparentemente, eles não foram nessa cantiga e vão processá-lo na mesma. O julgamento poderá estar acabado em três a quatro meses - na pior da hipóteses, a sentença poderá sair em setembro - mas não ficaria admirado se em junho já existisse "fumo branco".
E as hipóteses de condenação? Imensas. Se condenaram Gribowsky a uma pena pesada por suborno, nada impede de Ecclestone ser condenado a pena de prisão. O problema é outro: Bernie Ecclestone têm 83 anos. Mesmo que haja pena de prisão, a idade têm de ser levada em conta e ele poderá alegar razões de saúde para não passar um único dia numa cela alemã. Antes disso, ele sempre poderá recorrer de uma eventual sentença para instâncias superiores na justiça germânica. E ainda por cima, Bernie lida com outros casos na Grã-Bretanha cujos julgamentos ainda estão a decorrer.
Há imensa coisa em jogo, mas podemos dizer que o final da vida de Ecclestone vai ser passado a entrar de sair de tribunais. Até nisso, ele é diferente. E pode ser que a Formula 1 comece a pensar com mais seriedade em algo que evita pensar: na sua vida depois do "anãozinho tenebroso".
Ora, alguns anos antes, em 2002, a Bayern LB tinha ficado com os direitos da Formula 1, espólio resultante da falência do Grupo Kirch. Pouco tempo depois, em 2005, Bernie Ecclestone queria que esses direitos caissem nas mãos do fundo de investimento CVC, e convenceu Gribowsky a ceder a preço um pouco mais baixo do que a concorrência, em troca de um pagamento. Bernie recebeu uma bela comissão, à volta de 100 milhões de dólares (mais ou menos 70 milhões de euros) e deu metade a Gribowsky, como recompensa.
Quando tudo foi descoberto, Gribowsky denunciou Ecclestone, e este, quando foi a tribunal como testemunha do caso, declarou que tinha pago, mas justificou-se dizendo que tinha sido... chantageado, afirmando que Gribowsky ameaçara denunciar a ele e ao fundo familiar Bambino por sonegação de impostos na Grã-Bretanha. Ele afirmava que caso fosse adiante, teria de pagar em impostos corrigidos quase metade toda a sua fortuna, avaliada em quatro mil milhões de libras (pouco mais de 4,5 milhões de euros).
Crê-se que ele disse isso no sentido de chegar a um acordo e evitar que ele fosse processado pela justiça alemã, mas aparentemente, eles não foram nessa cantiga e vão processá-lo na mesma. O julgamento poderá estar acabado em três a quatro meses - na pior da hipóteses, a sentença poderá sair em setembro - mas não ficaria admirado se em junho já existisse "fumo branco".
E as hipóteses de condenação? Imensas. Se condenaram Gribowsky a uma pena pesada por suborno, nada impede de Ecclestone ser condenado a pena de prisão. O problema é outro: Bernie Ecclestone têm 83 anos. Mesmo que haja pena de prisão, a idade têm de ser levada em conta e ele poderá alegar razões de saúde para não passar um único dia numa cela alemã. Antes disso, ele sempre poderá recorrer de uma eventual sentença para instâncias superiores na justiça germânica. E ainda por cima, Bernie lida com outros casos na Grã-Bretanha cujos julgamentos ainda estão a decorrer.
Há imensa coisa em jogo, mas podemos dizer que o final da vida de Ecclestone vai ser passado a entrar de sair de tribunais. Até nisso, ele é diferente. E pode ser que a Formula 1 comece a pensar com mais seriedade em algo que evita pensar: na sua vida depois do "anãozinho tenebroso".
1 comentário:
Bernie ainda comanda e tem sempre uma bala na agulha, vai sair de cena quando quiser ou lhe convier, apenas isto!
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