O Rali Dakar não é só os vencedores. Para lá chegarem, lembra-nos uma velha frase de Winston Churchill: "Não vos posso prometer mais nada senão sangue, suor e lágrimas". Há lágrimas de alegria, de tristeza e de dor, tal como as razões pelos quais as pessoas sofrem. Nâo tanto para vencer, mas muitas das vezes para sobreviver. O dakar também é isto.
Para quem não sabe, este é Joan Barreda Bort, até ontem o lider do Dakar. A foto foi tirada pelo fotógrafo português André Lavadinho, e mostra que a etapa de Salar de Uyuni derrotou-o. O frio e as avarias mecânicas na sua Honda destruiram aquilo que era um rali que tinha tudo para ser seu. Deve ter sido dos dais mais longos e dificeis da sua carreira. A face dele, suja de lama e sal, e o olhar vazio dizem tudo: ele tinha perdido. Podia continuar, mas a partir dali nada fazia sentido. A chance que tinha, perdeu-o. E isso diz tudo.
Ele continua, mas agora é para os serviços minimos. Vai ajudar o seu companheiro de equipa Paulo Gonçalves a ver se ele bate Marc Coma e consegue para a Honra uma vitória que não existe há 25 anos. Vai ser complicado, mas para Barreda Bort, apenas no ano que vêm é que poderá tentar de novo a vitória. Este ano, acabou, só resta lutar pela honra e pelo espirito motard.
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