O ex-piloto francês Robert Manzon, um dos últimos sobreviventes dos primordios da Formula 1, morreu hoje aos 97 anos de idade, segundo conta o Joe Saward no seu blog. Era a par de André Simon, um dos últimos pilotos a guiar ao serviço da Gordini, nos anos 50, e era o último sobrevivente a ter pontuado na primeira temporada da Formula 1, em 1950.
Neto de imigrantes italianos, Manzon nasceu a 12 de abril de 1917 em Marselha e era filho do dono de uma leitaria. Cedo se interessou pela mecânica, graças a um tio, que prosperara depois de ter passado uns anos no México, e depois passou para a condução, graças aos taxis, profissão que abraçou por uns anos, especialmente durante a II Guerra Mundial.
A sua estreia no automobilismo aconteceu apenas em 1946, aos 29 anos de idade, a bordo de um Simca 8 Cabriolet, na Coupe des Alps. Andou depois num Cisitália, mas cedo apareceram os sucessos, suficientes para que Theódore Pigozzi, o patrão da Simca, o convencesse a correr para Amedée Gordini, então a gerir uma equipa em parceria com a marca francesa. A passagem de Manzon na Simca-Gordini começou nos Sportscar, ao lado de Jean-Pierre Wimille, e cedo se juntou a outros nomes como Raymond Sommer, Maurice Trintignant e depois, Jean Behra.
Manzon não participou na primeira corrida do campeonato, em Silverstone, mas esteve no Mónaco, onde foi um dos nove desistentes na famigerada carambola na curva do Tabaco, devido à água salgada. Em Reims, palco do GP de França, conseguiu chegar no fim nos pontos, no quarto lugar e o melhor da armada Alfa Romeo, que dominava tudo e todos.
A melhor temporada de Manzon foi em 1952, quando a agora Gordini, (depois de retirado o apoio da Simca) fez uma grande temporada com o Type 16, estando atrás da conquistadora Ferrari, que ficara sozinho após a saída da Alfa Romeo. Um terceiro lugar na Bélgica, um quarto lugar em França e um quinto posto na Holanda fizeram com que acabasse o campeonato no sexto lugar, com nove pontos no total.
No ano seguinte, sai da Gordini e vai para a Lancia, onde corre sobretudo para os Sportcars, para além de uma passagem pela Ecurie Rosier, que alinhava com um Ferrari. E foi com ele que, em 1954, alcançou o seu segundo (e último) pódio, um terceiro lugar no GP de França, atrás dos Mercedes conquistadores de Juan Manuel Fangio e Karl Kling. Em 1955, faz o regresso à Gordini, mas isso não dará sucesso, e no final de 1956, aos 39 anos, decide abandonar a Formula 1, apesar de pelo meio ter conseguido um terceiro lugar na Targa Flório, ao volante de um Ferrari.
Após abandonar a competição, decidiu gerir um concessionário Renault em Cassis, no sul de França, não muito longe do circuito de Paul Ricard, onde trabalhou até se reformar. E era presença assidua nos encontros automobilísticos franceses até há bem pouco tempo, como nesta foto de 2013, ao lado de Gerard Larrousse. Ars lunga,vita brevis.
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