Gosto desta foto. Mostra determinação, concentração para a corrida que vêm a seguir. Não sei se será uma de Formula 1 ou de Endurance, mas esta imagem de Bernard Cahier mostra a agressividade de um piloto que, caso estivesse vivo, faria 75 anos.
Pedro Rodriguez de la Vega, tal como o seu irmão Ricardo, tinha o automobilismo no sangue. Descobriram-no muito cedo, tão cedo que houve organizadores que os rejeitaram por serem demasiado jovens, como por exemplo, nas 24 Horas de Le Mans. Mas tiveram idade suficiente para que Enzo Ferrari se interessasse pelo mais novo, que deu nas vistas antes da sua prematura morte, em novembro de 1962, apenas com vinte anos de idade.
Pedro continuou, mas concentrou-se mais na Endurance do que na Formula 1, onde fazia aparições esporádicas. Só em 1967 é que fez a sua primeira temporada completa, e começou com uma vitória em Kyalami, a bordo de um Cooper-Maserati. A carreira de Pedro é relevante a partir dali, especialmente quando assinou com a Porsche e demonstrou toda a sua classe nos 917K. Mas foi com um Ford GT40 que alcançou a sua vitória mais importante, nas 24 Horas de Le Mans, ao lado de Lucien Bianchi.
Mas na América, foi um dos reis de sitios como Sebring e Daytona. Tanto que nesta última, uma das curvas têm o seu nome.
Foi no seu auge que Rodriguez desaparece abruptamente, numa prova da Interseries, no circuito urbano de Norisring. Naquele dia de julho, ele estava na Endurance, fazendo parte da equipa que tinha ganho o Mundial de marcas, ao lado de nomes como Leo Kinnunen e Jo Siffert, e na BRM, ao lado do piloto suiço, tinha conseguido um pódio no GP da Holanda, depois de um duelo com o Ferrari de Jacky Ickx, e parecia que estava a caminho de uma boa temporada. Para terem uma ideia, foi com o carro dele que Peter Gethin acabou por vencer o GP de Itália "ao sprint" frente a Ronnie Peterson ou Francois Cevért.
No final, o destino teve outras ideias, mas podia-se dizer que ele estava a passar uma temporada brilhante. Depois disso, o automobilismo mexicano viu pilotos como Hector Rebaque e Adrian Fernandez, mas começa a ter esperanças em Sergio Perez. E no ano em que a Formula 1 volta ao México, pode haver essa esperança.
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