Jochen Rindt e Colin Chapman, juntos, em Monza, no fim de semana da morte do austriaco, em setembro de 1970. A foto é de Bernard Cahier.
Se estivesse vivo, Jochen Rindt comemoraria o seu 73º aniversário natalicio. Se estivesse vivo, se calhar, andaria na Red Bull no lugar de Helmut Marko, a mandar bocas para a televisão como Niki Lauda, e a dizer asneiras junto a Bernie Ecclestone, que foi o seu Manager quando ele era piloto da Brabham e da Lotus.
Nascido a 18 de abril de 1942 na Alemanha, ficou orfão um ano depois, e rumou para a Áustria natal, para ser criado pelos avós. tinha fama de teimoso e indomável. E tinha também fama de arruaceiro. Foi expulso da escola onde frequentava e aproveitou o seu tempo na Grã-Bretanha para fazer vela, em vez de aperfeiçoar o seu inglês. Apaixonou-se pelos automóveis, ao ponto que em pouco mais de três anos, ter começado a andar num Formula 1. Desafiava a autoridade e a vida nas estradas de Graz e Viena juntamente com mais alguns amigos, entre eles um estudante de direito chamado Helmut Marko.
Rapidamente chegou ao topo. No final de 1968, estando ele na Brabham, recebe um convite para correr na Lotus. Pediu conselhos a Jack Brabham, que lhe respondeu: "Se quiseres ser campeão, vai para a Lotus. Se quiseres viver, fica na Brabham".
A relação com Chapman foi atribulada desde o inicio. O famoso incidente em Montjuich, onde quebrou o nariz - outra imagem captada famosamente por Bernard Cahier - fez com que escrevesse uma feroz carta contra Colin Chapman que teve direito a primeira página na Autosport britânica. No ano seguinte, quando entrou pela primeira vez no modelo 72, em Jarama, perdeu o controlo do carro no final da reta da meta. Irado, voltou às boxes e gritou a Chapman: "Nunca mais volto a guiar esta m****!". A parte interessante é que ganhou quatro corridas seguidas com esse carro...
A lenda de Monza fala que Rindt queria guiar com o modelo 49, mas que Chapman recusou. E que foi ele que mandou tirar as asas no modelo 72 para andar mais veloz. Mas na realidade, foi Rindt que tirou as asas do carro, porque segundo ele, conseguia levar o carro em mais 800 rotações por minuto na longa reta anterior à Parabolica. Mas no final, não foi o excesso de velocidade que o matou, e sim os travões defeituosos do seu Lotus 72.
Outra lenda fala que Rindt tinha dito à sua mulher Nina que pretendia retirar-se após o final daquela temporada, mas segundo ela conta, ele poderá ter mudado de ideias antes de Monza e tentar mais uma temporada com a Lotus e com o modelo 72, apesar dos conflitos crescentes com Colin Chapman. Talvez teria sido uma temporada bem interessante, a de 1971, especialmente quando a Lotus já teria de forma mais "moldada" alguém como Emerson Fittipaldi. E provavelmente também teria sido um belo duelo entre ele e Stewart, dois grandes amigos que viviam lado a lado na Suiça.
Mas mesmo assim, o mito Rindt continua presente. Cada vez mais forte.
1 comentário:
ótimo texto, curto muito sua página!
Enviar um comentário