Já esperava por este dia há muito tempo, apesar de não seguir o motociclismo como sigo o automobilismo. Mas como sou amigo pessoal do Duarte Cancela de Abreu, que trata da acessoria de imprensa do piloto de vinte anos, creio que a primeira vitória de Miguel Oliveira na Moto3, em Mugello, merece o seu destaque.
Hoje, ele concretizou o seu sonho. E era expectável desde que se tinha transferido para a Red Bull KTM Ajo, depois de duas temporadas na Mahindra. As ameaças já tinham sido feitas, especialmente com a pole-position em Termas de Rio Hondo, na Argentina, e hoje, depois de partir da 12ª posição na grelha, conseguiu segurar os ataques de Danny Kent, depois de alcançar a liderança, a pouco mais de doze voltas do fim.
É um feito incrivel e inédito para o motociclismo português, mas poderia ter acontecido há mais tempo. Um exemplo que dou é que há cinco anos, ele dividia rodas com o espanhol Maverick Viñales para o campeonato de Espanha de 125cc, vencido pelo último por meros dois pontos (creio) e agora, Maverick divide a grelha com Jorge Lorenzo e Valentino Rossi na MotoGP, embora este seja o seu ano de estreia na categoria principal.
Mas agora, creio que ele esteja suficientemente maduro para estar nos lugares da frente e lutar pela vitória. Tem as melhores condições que poderia ter desde que começou esta aventura na Moto3, em 2011. E desde então, conseguiu cinco pódios, duas pole-positions e cinco voltas mais rápidas. Pode ter demorado, mas chegou. Agora falta o resto: mais bons resultados e a melhor temporada de sempre. É agora quarto no campeonato, mas está a meros doze pontos do segundo classificado, pois parece que Danny Kent é inalcançável (tem 124 pontos, contra os 66 do português).
Mas independentemente do futuro que o reserva, este está a ser um dos dias mais gloriosos do motociclismo português.
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