Nico Hulkenberg comemora dentro do seu Porsche numero 19, momentos depois de uma inédita vitória na Endurance. A aposta da marca de Estugarda no piloto de 27 anos rendeu certo, pois pode ter sido o alento que faltava a uma carreira que emperra na Formula 1, por causa daquilo que tanto prometeu nas categorias de formação.
Quem segue a carreira deste alemão, sabe do potencial que ele já deixou: campeão da A1GP em 2007, campeão da Formula 3 Euroseries em 2008, campeão da GP2 em 2009 - e logo na sua primeira temporada, e uma inesperada pole-position no GP do Brasil de 2010. Todo este palmarés, logo nas primeiras temporadas das competições onde entrou - excepto na Formula 3 - fazia com que algumas pessoas pensassem que ele seria o próximo talento alemão depois de Michael Schumacher e Sebastian Vettel.
Contudo, a partir de 2011, as coisas ficaram paradas. Primeiro, a dispensa da equipa de Grove - para entrar os bolivares de Pastor Maldonado - e depois as passagens sem grande brilho por Force India, Sauber e de novo Force India. Sem pódios, apenas com uma volta mais rápida no GP de Singapura de 2012, na primeira passagem pela equipa indiana. E como melhor resultado na Formula 1, um nono lugar no ano passado. Muito longe de tentar a sua sorte nas equipas mais fortes, como a Ferrari.
Muitos já achavam que Hulkenberg já merecia uma chance na frente, ainda por cima têm o mitico número 27, que já foi usado por pilotos como Alan Jones, Gilles Villeneuve, Michele Alboreto, Ayrton Senna e Jean Alesi. Mas há quem ache que esta oportunidade que a Porsche concedeu poderia ser um sinal para o mundo de que deveria aceitar a oportunidade que a Porsche está a dar e ser feliz na Endurance, onde teria um lugar pago pela fábrica e um carro ganhador.
Contudo, isso gera discussões. Discussões sobre se a Formula 1 é a melhor categoria do mundo, e se ser um piloto mediano na categoria máxima do automobilismo dá-lhe toda a visibilidade que a Endurance não dá, mesmo que corra numa equipa de fábrica e com um carro vencedor. Mas para isso, iria-se entrar noutra discussão, tão importante como o sexo dos anjos sobre se a Formula 1 é a melhor categoria do mundo e que todos os outros são meros "piolhos" dos quais nem sequer se deveriam tentar retirar protagonismo. Sou dos que acham que as categorias se complementam e não se competem, e cada um têm a sua especificidade.
Mas para os que duvidavam se o talento do Hulkenberg tinha ido embora, aqui está: não foi. Agora falta dar-lhe um carro competitivo para que não se diga que passou ao lado de uma carreira. Só falta isso.
1 comentário:
F1 é lobby, momento e carro.
Um piloto excelente e com lobby consegue bons carros. Mas ele não entrou na F1 com o mesmo lobby do Hamilton, por exemplo, mesmo Hulk tendo sido campeão da A1GP, Formula 3 Euro Series e GP2.
Performances como o GP da Coreia de 2013 e GP do Brasil de 2010 e 2012 mostraram que Hulk tem muito talento, mas que falta lobby.
Foi só Hulk pegar um carro top que venceu.
Porém, não venceu sozinho. Vamos dar os devidos créditos também a Earl Bamber e Nick Tandy, e à Porsche que fez um carro veloz e confiável para os protótipos.
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