quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Vai ser mais longo do que pensavam

A McLaren e a Honda andam em passo de caracol nesta temporada de 2015, mas apesar das queixas de Fernando Alonso e Jenson Button sobre o carro - as famosas afirmações do "motor de GP2" do piloto espanhol em Suzuka entraram no anedotário automobilistico - ambos têm esperança de que as coisas em 2016 podem ser diferentes, e que isto pode não passar de um "ano zero". Contudo, os sinais são de ordem contrária. Segundo conta o jornalista Mark Hughes, da prestigiada revista britânica Motorsport Magazine, as alterações introduzidas no motor japonês não estarão na versão de 2016, o que poderá correr o risco de na próxima temporada, a equipa de Woking acabar na cauda do pelotão, superado até pela Manor e pela novata Haas. E claro, isso poderá fazer aumentar as tensões dentro da equipa, especialmente na parte de um cada vez mais temperamental Fernando Alonso.

Segundo conta o jornalista, com o problema detectado - uma unidade MGU demasiado pequena e sem potencia suficiente - os homens da marca japonesa já estão a fazer as modificações no sentido de ter um turbocompressor maior. Mas ele não estará pronto a tempo do dia 28 de fevereiro, data em que todos os componentes terão de ser homologados pela FIA, e depois eles ficarão selados para toda a temporada, apesar dos "tokens" que poderá usar ao longo dela.

"O conceito do McLaren MP4-30 estava todo concentrado numa apertada traseira e é sem qualquer dúvida o mais apertado de todos os carros de 2015. Isso cria o potencial de uma grande vantagem aerodinâmica. Quanto mais apertado o perfil de "garrafa de Coca-Cola" o carro tiver, o ar circulará mais rapidamente, gerando o downforce suficiente para passe mais rapidamente dos dispositivos existentes no carro, quer no difusor, quer nos 'brake ducts'", começa por se ler no artigo.

(...) "Honda estava confiante que iria fazer girar o turbocompressor em valores a rondar os 130 mil rotações por minuto (RPM). A essa velocidade, iria produzir potência e calor suficiente em relação aos mais convencionais, cujos turbocompressores rolam a cerca de 120 mil RPM. Seria uma maneira da McLaren e da Honda conseguirem os seus objetivos, com muito poder num compressor pequeno."

"Era uma bela ideia, mas era óbvio que tal ideia nunca tinha sido tentada antes. Estavam confiantes em alcançá-lo, mas os primeiros testes revelaram que isso estava mais no campo da crença do que da realidade. Fazendo-o rolar a essa velocidade, a turbina/compressor destruiria-se ou as peças que ficariam situadas entre esses dois lugares. Para que pudessem aguentar, a unidade teria de ter as suas rotações limitadas a velocidades semelhantes às outras unidades de potência".

(...) "Nas primeiras corridas [o conjunto do turbocompressor] estava limitado a 35 por cento do seu potencial. O que, essencialmente, queria dizer que estava a contribuir com cerca de 60 cavalos, em vez dos 160 previstos".

Com os problemas detectados e a Honda a trabalhar no duro para solucioná-las, parece que irá haver em 2016 o desenho de um novo turbocompressor, que continua a ser nais pequeno do que a concorrência, mas que consegue ser mais eficaz para que consiga aguentar as rotações mais altas que a marca pretende para alcançar e superar a concorrência. Só que os atrasos no desenvolvimento desse novo turbocompressor fazem com que possa não estar pronto a 28 de fevereiro.

Para que o pior não aconteça, a Honda poderá ter um "plano B", desenvolvido por uma equipa de engenheiros, que nas horas vagas, poderá estar a desenhar um turbocompressor maior, mais convencional, talvez para salvar a face de mais um ano desastroso em Woking, e perigar ainda mais a relação entre Honda e McLaren. É que se Jenson Button decidiu ficar por mais uma temporada, a paciência de Fernando Alonso pode estar a chegar ao ponto de ebulição. E não se sabe se fará toda a temporada de 2016, caso comece a ser ultrapassado pelos carros da Manor e da Haas...

1 comentário:

claudio disse...

Aqui no nordeste pode-se traduzir como " ISSO É MOTOR PARA CORNO "