Com tudo decidido, há um calendário para cumprir até ao fim. Mas com o atual estado de coisas, e com muitos fãs a reclamarem que esta Formula 1 perdeu o seu encanto (especialmente numa altura em que está cada vez mais a ser um desporto elitista, passado em sinal fechado), o interesse em ver corridas ou até treinos é cada vez mais diminuto, pois é como olhar para um guião previsivel, do qual se espera que termine rápido. E neste final de semana num ambiente artificial como é Yas Marina, em Abu Dhabi, parece ser o perfeito exemplo de como é esta categoria nos dias de hoje.
Portanto, os três primeiros classificados no final da qualificação não diferem nada em que tem vindo a acontecer nas últimas corridas: os Mercedes na frente, com Nico Rosberg a ser melhor que Lewis Hamilton, com um Ferrari a ser o melhor do resto, neste caso, o de Kimi Raikkonen. Mas apesar de toda esta previsibilidade, ainda houve surpresas.
A primeira aconteceu no final da Q1, quando Sebastian Vettel ficou de fora da etapa seguinte por causa de uma má estratégia por parte da Ferrari, que o fez andar na pista de supermacios no momento errado. No final da qualificação, explicou o erro: "Nada de dramático aconteceu, não há nada de errado com o carro, mas como é lógico o plano não era ficar na Q1. Pensávamos que o tempo feito com os pneus macios era suficiente, mas como se pode perceber, não foi. Avaliámos mal a situação e infelizmente ficámos de fora."
Aliado a isso o furo de Fernando Alonso, o Sauber de Marcus Ericsson e os Manor, basicamente estes foram os que ficaram pelo caminho nesta primeira parte da qualificação. Em contraste, Jenson Button seguiu para a Q2. Aparentemente, sem penalização...
Na segunda parte do treino, os pilotos começaram a fazer tempos com os pneus supermacios, com os Mercedes a começarem a marcar os seus tempos, enquanto que os Red Bull queriam ser a força atrás dos carros da marca de Estugarda, com Daniel Ricciardo a ficar com o terceiro tempo logo nos primeiros minutos. mas a Force India espreitava, com Nico Hulkenberg e Sergio Perez a não andarem muito atrás deles. Felipe Massa era o melhor dos Williams, no sexto posto.
Mas na segunda parte da Q2, ao mesmo tempo que Romain Grosjean ficava de fora por causa de problemas detectados no seu Lotus, Kimi Raikkonen faz um tempo que o colocou no terceiro posto e garantiu a sua passagem para a Q3, enquanto que Valtteri Bottas ficava com o quinto melhor tempo, com Sergio Perez a ficar na frente deles, com um terceiro melhor tempo e a ser o "melhor dos outros". Atrás, quem ficava de fora (para além de Grosjean) era o Sauber de Felipe Nasr, o McLaren de Jenson Button, o outro Lotus de Pastor Maldonado e o Toro Rosso de Max Verstappen, o que era algo surpreendente. Em contraste, o último lugar disponivel caiu nas mãos de Carlos Sainz Jr.
E na Q3... digamos que foi o previsivel. Mas para lá chegar, o que aconteceu foi que o primeiro a marca tempo foi Perez, que começou com 1.41,184, com Hamilton a responder com 1.41,016, tentando puxar os limites a Nico Rosberg, que andava com um motor mais antigo. E foi o que aconteceu, com o alemão a marcar 1.40,738.
Mas na segunda parte, saiu-lhe o tiro pela culatra: se Hamilton marcou 1.40,614, num tempo bom, Rosberg "meteorizou", com 1.40,237 e assim ficou com a quinta pole consecutiva na temporada. E claro, a última. Kimi Raikkonen conseguiu o terceiro melhor tempo com o seu Ferrari, na frente de Sergio Perez e Daniel Ricciardo. Valtteri Bottas foi o sexto e o melhor dos Williams, enquanto que Nico Hulkenberg foi o sétimo, na frente de Felipe Massa, Daniil Kvyat e Carlos Sainz Jr.
No final da qualificação, Hamilton reconheceu a superioridade do seu companheiro de equipa: “Temos trabalhado no duro para fazer mudanças sem tirar nada do carro, mas o Nico foi simplesmente muito veloz hoje e fez um bom trabalho na Q3”, reconheceu Lewis. Já o alemão estava feliz na pole e tinha um desejo para amanhã: "Eu gostaria muito de vencer a corrida. Daria a toda a minha equipe um grande final de temporada e uma excelente razão para festejar amanhã à noite. Isso seria demais, todos se divertirem juntos. Claro que também tudo que aprendemos esse ano vai ajudar ano que vem. Vai ser ótimo terminar em alta", encerrou.
Amanhã será o dia da última corrida do ano, o final de uma temporada dominantemente previsivel, com alguns pingos de imprevisibilidade aqui e ali.
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