Dan Gurney vai fazer 85 anos no próximo dia 13, mas vou passar a semana a escrever pequenos episódios da sua vida e carreira de um dos melhores pilotos que os Estados Unidos jamais produziram, não só pela sua velocidade, mas também pelo seu ecletismo.
Filho de um homem de negócios que virou cantor de ópera, sobrinho de engenheiros e neto de um inventor, Gurney começou por correr na California, depois de ter feito o serviço militar durante a guerra da Coreia. Em 1950, aos 19 anos de idade, construiu um carro que o levou às planícies de Bonneville, e alcançou 222 km/hora. Começou por correr pouco depois, e em 1957, as suas performances a bordo de um Maserati Birdcage atrairam a atenção de Luigi Chinetti, o importador da Ferrari na América do Norte e fundador da NART, a North American Racing Team.
No ano seguinte, fez as suas primeiras 24 Horas de Le Mans, onde era quinto até que o seu companheiro de equipa, Bruce Kessler, o acidentou. Mas foi mais do que suficiente para que Chinetti o recomendasse para Enzo Ferrari, e no ano seguinte, guiasse para a Scuderia, sendo o primeiro americano a fazê-lo. Pódios em Avus e Monsanto, acabando a temporada com 13 pontos e o sétimo posto, o convenceram na Formula 1.
Contudo, em 1960, Gurney foi para a BRM, onde lidou com um péssimo carro, mal preparado e pouco fiável. Isso tudo culminou em Zandvoort (na foto), quando os seus travões falharam e perdeu o controlo do carro, capotando e fraturando o seu braço direito. uma das suas rodas soltou-se no acidente e matou um jovem espectador.
O acidente marcou a sua carreira. Mudou o seu estilo de condução e instilou uma permanente desconfiança dos engenheiros. Passou a travar mais esporadicamente, carregando ligeiramente no pedal, para ver se ele funcionava, inventando algo que chamava de "escola de travagem dos cobardolas"...
A partir de 1961, Gurney foi para a Porsche. Mas falo mais sobre isso amanhã.
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