Scott Brayton, ao volante de um Lola, nas 500 Milhas de Indianápolis de 1993. O piloto americano é até aos dias de hoje o último a morrer durante a qualificação das 500 Milhas de Indianapolis, faz hoje vinte anos. O mais incrivel disso tudo é que dias antes, ele tinha feito a pole-position.
Filho do engenheiro Lee Brayton, que correu na USAC nos anos 70, mas nunca correu as 500 Milhas, fez a sua própria firma que ajudou a construir e desenvolver o motor Buick V6, e em muitos aspectos, ajudou no inicio da carreira do seu filho na CART, em 1981, quando Scott tinha 22 anos.
Com ele ao leme, conseguiu a sua primeira grande chance em 1985, quando conseguiu ser segundo na grelha de partida daquele ano, mas acabou cedo, devido a uma quebra de motor. Pelo meio, Brayton era um piloto lutador, mas modesto, quer correndo pela equipa do pai, quer depois quando passou para a Helmgarn Racing e pela Dick Simon Racing. Só conseguiu um pódio, um terceiro posto em 1992, em Milwaukee.
Em 1994, Brayton passou para a Team Menard, que tinha ficado com os Buick V6 quando a marca se retirou da CART. A equipa rebatizou-os com o seu nome e voltou a chamar Brayton, então com 35 anos, para os desenvolver. Sem passagens pela competição, surpreendeu quando conseguiu a pole-position para a edição de 1995, a primeira da sua carreira. Contudo, numa prova altamente atribulada, ele foi apenas o 17º desistindo pelo caminho com problemas de motor no seu carro.
Para o ano seguinte, as coisas pareciam estar bem facilitadas. As 500 Milhas faziam parte da rebelde Indy Racing League, e sem pilotos da CART, parecia que as coisas estavam facilitadas... e foi assim. Brayton voltou a fazer a pole-position, a segunda seguida.
A 17 de maio, Brayton estava a praticar para as 500 Milhas quando um dos pneus rebentou a alta velocidade e bateu forte após a curva 2. O embate foi a 370 km/hora e foi suficientemente forte para causar ferimentos fatais na sua cabeça. Tinha 37 anos.
A Menard recorreu aos serviços de um veterano veloz para o seu lugar, o havaiano Danny Ongais. Como não tinha marcado tempo, foi obrigado a largar do último lugar da grelha. Contudo, ele fez o que tinha a fazer, acabando a corrida na sétima posição, um resultado honroso, no espírito de Brayton.
Até 2009, a Indianápolis Motor Speedway atribuiu um troféu em seu nome para honrar o espirito de Brayton. E entre os que receberam o prémio, figuram Eddie Cheever, Hélio Castro Neves e Tony Kanaan.
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