O antigo motociclista espanhol Angel Nieto, vencedor de treze títulos mundiais no motocicilismo, morreu esta noite aos 70 anos, num hospital em Ibiza. Nieto tinha sofrido um acidente no passado dia 26 de julho em Ibiza, onde passava férias, e esta manhã, tinha sido declarado que tinha sofrido um edema cerebral durante a noite, tendo ficado em estado critico.
Nascido a 27 de janeiro de 1947 em Zamora, era o filho de uma familia humilde e tinha crescido no bairro de Vallecas, nos arredores de Madrid. Começa cedo no motociclismo, primeiro como aprendiz na Bultaco, e depois na Ducati. É campeão espanhol em 1966, e no ano seguinte, corre no Mundial de 50cc, de volta à Derbi, que o tinha contratado como piloto.
Em 1969, vence o título mundial de 50cc, o primeiro ganho por um espanhol na motovelocidade. Repete no ano seguinte e ainda foi vice-campeão nas 125cc. Em 1971, é o contrário: campeão na categoria 125cc e vice-campeão nos 50cc. E em 1972, é campeão em ambas as categorias. E para além disso, corre em provas espanholas, onde vence campeonatos quer nas 50cc, 125cc e até 250cc.
Depois de passagens por Morbidelli, é na Kreidler que volta a vencer um campeonato mudial, em 1975, e no ano seguinte volta a correr, mas pela Bultaco. Ali vence os títulos de 1976 e 77 na classe 50cc, mas a meio de 1978 muda-se para Minarelli. E é nessa altura que se dedica exclusivamente aos 125, vencendo o campeonato em 1979 e 81, numa altura em que explora os 250cc, sem sucesso.
Em 1982, passou para a Garelli, onde vence o campeonato de 125, repetindo o título em 1983 e 84, chegando aos treze títulos mundiais. Mas como ele tinha a fobia de sequer dizer o número, passou a dizer que tinha alcançado o "12+1". Em 1985, venceu o GP de França na classe de 80cc, a sua nonegésima vitória da sua carreira. Mal ele pensava que seria a última da sua carreira. Ele já tinha 38 anos e uma carreira de vinte no motociclismo.
Depois de uma temporada modesta em 1986, outra vez pela Derbi, Nieto retirou-se da competição, aos 39 anos. No ano seguinte, forma uma equipa de motociclismo, a Ducados-Nieto, que acabaria no final da temporada de 1988. A partir dali, decide ser comentarista na MotoGP por mais de vinte anos pelas várias televisões espanholas. E vê a sua descendência correr, em várias categorias. Angel Jr (Gelete) e Pablo correram nas 125cc por mais de uma década, e o seu sobrinho anda pelas 250cc, onde se torna vice-campeão em 2002. Mas nenhum deles alcançou os títulos do seu parente.
No final, Nieto abriu o motociclismo a Espanha e ao mundo. Foi o primeiro grande ídolo desportivo espanhol da segunda metade do século XX e teve um estatuto de lenda ao lado de Giacomo Agostini, apesar de nunca ter corrido numa moto de 500cc. Ars longa, vita brevis, Angel.
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