Depois dos eventos de ontem, há quem nos tenha avisado que a corrida húngara poderia ser uma chatice pegada devido à pouca oportunidade nas ultrapassagens e na estreiteza da pista. De facto, a história dessa pista mostra isso mesmo, o que poderia indicar que era provável que a corrida poderia ser um passeio dos Ferrari da partida até à meta, ainda por cima, com a possibilidade de uma paragem nas boxes.
Muito do que se previa acabou por acontecer, mas a realidade é que as coisas até causaram mais expectativas do que realidades, especialmente quando os Mercedes até andaram melhores e mais perto do que os carros de Maranello. E essa foi a história dessa corrida... com alguns incidentes pelo meio e alguns resultados surpreendentes.
A partida começa normal... excepto para Daniel Ricciardo, que sofreu um toque... do seu companheiro de equipa, que depois se despista, felizmente sem bater ninguém. Contudo, o australiano não vai comemorar o resultado no pódio porque ele se tornou na primeira desistência da corrida. Por causa disso, o Safety Car teve de entrar na pista para tirar o seu carro do lugar incómodo em que estava.
Por esta altura, Vettel liderava na frente de Raikkonen, Bottas, Verstappen e Hamilton, e quando recomeçou na volta cinco, o inglês tentou passar o holandês, mas sem resultado. Atrás, Sainz Jr era sexto, na frente de Alonso e Perez. Nas voltas seguintes, os comissários decidiram que Verstappen causou o acidente com o seu companheiro de equipa e o penalizaram em dez segundos. A partir dali, a corrida virou o comboio do qual muitos temiam.
Na volta 21, a primeira paragem nas boxes foi para Grosjean, que tinha um furo lento, mas um dos mecânicos não conseguiu colocar um dos parafusos no seu carro e ele não foi longe. Assim sendo, ele foi o segundo abandono desta corrida.
Depois disso, foi tudo calmo até perto das idas às boxes, apesar das reclamações de Vettel com a direção, e da comunicação a Hamilton. Na volta 31, Stroll foi às boxes, seguido por Bottas. A seguir foi Hamilton, na volta 32, depois Vettel (volta 33) e Raikkonen (volta 34, depois de reclamar de... Paul di Resta) Sainz e Alonso (volta 36) que andavam em duelo antes... e depois de sairem das boxes. O espanhol da McLaren conseguiu passar na volta 37.
Mas nessa altura, os Mercedes andavam à briga entre eles, e ambos se aproximavam dos Ferrari, pois Vettel tinha problemas no seu carro, mas não deixavam Raikkonen passar para a frente, para respeitar a hierarquia, enquanto que Bottas e Hamilton se aproximavam. E na volta 42, Verstappen entrou nas boxes para cumprir a penalização, caindo para quinto.
Depois disso, os quatro primeiros andavam perto uns dos outros, e na volta 47, Bottas deixou passar Hamilton para ver se atacava os Ferrari com a promessa de que ele devolveria a posição (pois...). Contudo, o inglês tinha dificuldades de apanhar o finlandês, apesar de andar no limite do DRS. Mas nas voltas seguintes, os três primeiros se aproximaram ao ponto de a tensão aumentar bastante para saber se os Ferrari manterão a hierarquia ou se Kimi irá defender-se dos ataques de Hamilton.
Contudo, na parte final, Vettel afastou-se de Raikkonen, que batalhava com Hamilton pelo segundo posto, com Bottas já demasiado longe de ambos - logo, a troca não iria acontecer... - mas na parte final, o piloto da Mercedes afastou-se, numa altura em que Bottas estava a ser pressionado por Max Verstappen pelo quarto posto.
Quando a bandeira de xadrez foi mostrada, Vettel entrou ali como vencedor, aguentando tudo e todos os problemas para acabar no lugar mais alto do pódio. Kimi foi segundo, perto dele, mas sem ameaçar, e no último degrau do pódio, Valtteri Bottas ficou com o lugar, cumprindo a promessa de devolver o lugar por parte de Lewis Hamilton... e todos evitaram que Max Verstappen os passasse para tentar o terceiro lugar. E no sexto posto - e ainda com a volta mais rápida! - Fernando Alonso dava à McLaren o seu melhor lugar do ano. Com mais o décimo lugar de Stoffel Vandoorne, a McLaren devolveu à Sauber... o último lugar no mundial de Construtores.
E assim acaba o GP da Hungria. Uma corrida normal - por outras palavras, chata - onde a emoção aconteceu mais pelas aparências do que pelas coisas que se concretizam. Mas o Hamilton parece ser alguém que cumpre as promessas, e enquanto todos estavam no pódio, Alonso roubou o protagonismo ao puxar de uma cadeira de praia e sentar-se ao lado do mural, desejando boas férias aos fãs!
E claro, a Formula 1 volta à ação dentro de um mês, em Spa-Francochamps.
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