sábado, 30 de setembro de 2017

Formula 1 2017 - Ronda 15, Malásia (Qualificação)

De todos os tilkódromos, é um pouco irónico saber que em 2018 os seus dois melhores projetos estarão fora do calendário da Formula 1. Istambul já está fora desde 2012, e este ano, veremos Sepang pela última vez, depois de dezoito anos de bons serviços, algumas corridas excitantes... e outras, nem tanto. 

Pessoalmente, acho uma pena ver Malásia ir fora do calendário. Não era um mau circuito, para ser honesto. Contudo, ele chegou à Formula 1 numa altura em que o governo de então queria dar nas vistas, e hoje em dia, já não precisam tanto disso. E claro, os crescentes custos e o crescente desinteresse do público pela corrida - tem Singapura não muito longe dali, e é mais popular - fizeram com que acabasse por sair esta corrida do calendário, e no ano que vêm, veremos clássicos de volta, como Paul Ricard.

Contudo, a ida derradeira da Formula 1 a aquelas paragens tinha mais uma surpresa reservada na manga, uma daquelas que provavelmente queria fazer com que fosse inesquecível: a chuva. Havia esse pensamento no ar, mas naquela hora, tal não aconteceu. E havia outra coisa, que era a chance dos Ferrari redimirem-se do que acontecera em Singapura.

Mas depois do terceiro treino livre, Sebastian Vettel teve um problema: o motor falhou e teve de ser trocado. A troca aconteceu a tempo de ter tudo pronto para a qualificação, mas depois de uma volta de instalação, o alemão voltou às boxes, sem marcar tempo. Aquele último posto foi outro golpe duro na equipa de Maranello, pois parecia que um azar nunca vinha só. Sem Vettel, tiverem de confiar em Kimi Raikkonen para ver se pelo menos, poderiam tirar a pole a Lewis Hamilton ou a algum dos Red Bull.

Hamilton, Verstappen, Raikkonen e Bottas tentaram marcar os melhores tempos na tabela nesta Q1, que acabou com o inglês, que marcou um tempo de 1.31,605. Na cauda do pelotão, a acompanhar Vettel ficaram os Sauber e os Haas. Pierre Gasly, o estreante, ficou com o 16º tempo, passando in extremis para a Q2.

Na Q2, todos andaram com supermacios na pista. Se Bottas foi o primeiro a marcar um tempo, Hamilton reagiu fazendo 1.31,009, com Raikkonen a melhorar, fazendo 1.30,926. Max Verstappen andou muito perto, fazendo um tempo cinco milésimos de segundo mais lento. Depois de um momento de pausa, eles voltaram à pista para os momentos finais, e havia algumas surpresas entre os que foram para a parte final. Os McLaren foram, algo raro nos dias atuais, acompanhando Red Bull, Mercedes, Force India, o Renault de Nico Hulkenberg e o Ferrari de Raikkonen. Quem ficou com "a fava" foi o Williams de Felipe Massa, 11º e a ver o resto da qualificação nas boxes.

A parte final deu alguma luta, pois Hamilton não era o favorito. Aliás, quando ele fez o seu tempo de 1.30,076, esperava-se que Kimi Raikkonen se aproximasse e o batesse. Contudo, na última curva, ele não a fez bem e perdeu tempo precioso. No final, perdeu por 45 milésimos, perante o desespero de Jock Clear, que chorou ao ver essa derrota, esse desperdício de oportunidade. E claro, para Hamilton, a sua 70ª pole da sua carreira, alargando ainda mais o seu recorde, provavelmente para números estratosféricos.

No final, Hamilton confessou ter ficado surpreendido com o seu resultado: "Nós tivemos um dia muito difícil ontem, porque foi difícil entender onde estávamos. Não dormi muito bem, assim como todos meus engenheiros, simplesmente porque não sabíamos se resolveríamos ou não o problema. Hoje, o carro se mostrou melhor. Mas, ainda assim, a Ferrari parecia longe. A volta da pole foi muito bem calculada, foi muito boa, mas eu realmente não sei de onde veio, eu me surpreendi" disse.

Falta muito para ver como isto ira acabar. Duas semanas antes, quando Vettel comemorava a pole em Singapura, também se pensava que a Ferrari poderia rebater Hamilton e a Ferrari, mas depois viu o que se viu. Contudo, depois do que se viu hoje, e se o inglês não cometer erros amanhã, é provável que ele já tenha a via aberta para o tetracampeonato.

Mas isso só poderemos ver amanhã. Ou não. 

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