terça-feira, 11 de setembro de 2018

The End: Don Panoz (1935-2018)

Donald Panoz, o homem de negócios por trás da equipa Panoz, morreu hoje aos 83 anos, vitima de um cancro pancreático, na sua casa em Dulluth, no estado da Georgia.

"Nas primeiras horas desta manhã, terça-feira, 11 de setembro de 2018, Don Panoz faleceu pacificamente em sua casa em Duluth, Geórgia. Após uma curta batalha contra o cancro do pâncreas, ele aproveitou seu último cigarro e se despediu do mundo no início horas da manhã, cercado por sua família amorosa", começou por dizer a sua familia, no comunicado oficial.

"Possivelmente mais amplamente comemorado por salvar corridas de carros desportivos na América do Norte ou inventar o adesivo dermatológico - ironicamente para aqueles que o conheciam e seus hábitos de fumar - a tecnologia por trás do adesivo de nicotina, Panoz era um homem conhecido por questionar a norma. Caso alguém lhe dissesse "não", ele lhes diria "sim". Essa era a personalidade e a motivação por trás da pessoa, que pode ser dito com segurança, deixou um legado de sucesso e avanços tecnológicos, não apenas em uma indústria, mas em toda a gente."

Gerard Neveu, CEO do Campeonato Mundial de Endurance da FIA, lamentou o seu desaparecimento na sua conta do Twitter.

"Estamos todos tristes ao saber da morte de Don Panoz, uma figura importante nas corridas de endurance nos EUA. Nunca conheci um grande fã de corridas desportivas [como ele] e, mais importante, ele era uma pessoa genuinamente boa. Sentiremos muito a sua falta e enviaremos todas as condolências à sua família."

De origem italiana - o seu apelido era um encurtamento do original Pauninzio - ele começou por fazer fortuna no negócio das farmacêuticas, criando um medicamento revolucionário à base de pensos - como os que ajudam a acabar com o tabaco - para depois pegar em parte da sua fortuna e investir em vinhos e ultimamente, na Panoz LLC, que fundou em 1989 com o seu filho, Dan.

Um fundador relutante, cedo se converteu ao automobilismo, especialmente na parte da resistência, e em 1997, decidiu pedir à Reynard para que ajudasse a construir um carro para poder entrar nas 24 horas de Le Mans, com o conselho de Mário Andretti. E para isso, fundou a Panoz Motorsports.

O projeto desse ano foi o Panoz Esperante GT-1, que tinha um motor Ford de seis litros, e entrou nas competições de resistência, com resultados variados. Contudo, em Le Mans, nenhum dos três carros inscritos chegou ao fim da prova. No ano seguinte, um dos carros acabou no sétimo lugar da geral, um carro conduzido por David Brabham, Andy Wallace e Jamie Davies.

Entretanto, Panoz começava a ganhar mais gosto pela Endurance - uma das poucas categorias do automobilismo em que o pensamento livre ainda era encorajado - levou-o a fundar a Petit Le Mans, uma corrida de 10 horas em Road Atlanta, e a Le Mans Series, a tempo para a temporada de 1999, adotando o livro de regras do Automobile Club de l'Ouest para as 24 Horas de Le Mans. Uma parceria com a ACO fez com que as principais equipas da ALMS ganhassem entradas automáticas na lendária corrida francesa.

A Panoz Motorsports acabou por ganhar o título inaugural da ALMS com a versão aberta do Esperante, conhecida como Roadster-S, batendo os BMW, o Riley & Scott MkIII da Dyson Motorsports e o Ferrari 333SP, e acabou com oito vitórias.

Em 2003, a Panoz adquiriu a construtora de chassis G-Force e começou a construir chassis para a IRL, substituindo a Dallara, e começando a vencer campeonatos a partir de 2004, e em 2007, fez a mesma coisa para a ChampCar, substituta da CART, em 2007, com o chassis DP01. A competição, porém, acabou em 2008, devido à fusão com a IRL, criando a IndyCar Series.

Em 2012, quando a competição precisou de um novo chassis, Panoz entrou com um chassis radical, o DeltaWing. Apesar de não ter sido escolhido, o projeto não foi descartado, acabando por ir para a Endurance, primeiro com a Nissan, entrando na "Garagem 56", e depois na American Le Mans Series, que em 2014 se fundiu com a Grand-Am, em 2015 ficou em sexto em Road America, mas o carro foi perseguido por problemas de fiabilidade. Nas 24 Horas Rolex em Daytona de 2016, o DeltaWing conseguiu liderar por 29 voltas antes de sofrer um acidente. Foi essa a sua última corrida.

A sua última participação foi em 2017, quando apresentou o projeto do carro elétrico para a Garagem 56, que desde então não conheceu desenvolvimentos.

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