Os testes recomeçaram esta qurta-feira em Barcelona, mas o carro da Racing Point deu nas vistas nos primeiros testes pelas suas similaridades com o Mercedes W11, bem como os tempos semelhantes aos do caro alemão. Claro, isso deu azo a especulações sobre se o carro é uma cópia bem feita ou algo que deu certo. E Otmar Szafnauer diz que essa é a hipótese mais verdadeira.
“Copiamos o Red Bull no passado também, mas fizemo-lo dentro das regras. Então, vimos o que eles estavam fazendo, tiramos fotos, tentamos entender, rodamos no túnel [de vento] e fazemos nós mesmos.", começou por comentar, de forma irónica, à revista americana Racer.
“Eu acho que [agora] é diferente. Estamos adicionando pessoas. Em breve teremos 500 [funcionários]. As pessoas que estamos adicionando têm tudo a ver com design, desenvolvimento e fabricação, para que possamos desenvolver os nossos [chassis]. Portanto, embora todo mundo diga que você copiou um Mercedes, é nosso. É o nosso próprio design e é o nosso próprio desenvolvimento. É o nosso próprio modelo de túnel de vento. É o nosso próprio conceito", continuou.
“Sim, procuramos ver o que é rápido. Nós pensamos: é rápido, podemos fazer o mesmo. Não é diferente do que fizemos com o Red Bull quando desenvolvemos um conceito de alto nível. Mas o desenvolvimento é nosso. Adicionaremos mais cem pessoas para que possamos continuar nosso próprio desenvolvimento. É um pouco diferente do que eles fazem. Você não pode ter algumas centenas de pessoas e projetar seu próprio carro e desenvolver seu próprio carro. Simplesmente não funciona assim.", concluiu.
Contudo, a ideia de "copiar" formulas vencedoras não é nova. Quarenta anos antes, em 1979, todo o pelotão queria copiar o Lotus 79. Alguns fizeram-no de forma quase idêntica, como o Tyrrell 009. Não foi um mau chassis - deu pódios a Jean-Pierre Jarier e Didier Pironi - e em 1995, o Ligier JS41 era uma cópia quase declarada do Benetton B195, isso porque ambas as equipas eram detidas por Flávio Briatore, e a marca francesa tinha os motores Renault que eles desejavam e conseguiram transferir no final de 1994. E também deu pódios para os seus pilotos, Martin Brundle e Olivier Panis. E para além disso, durante muitos tempo se disse que muitos dos carros da Toro Rosso eram autênticas réplicas dos Red Bull do ano anterior.
Na realidade, nos tempos que correm, não existe muitas chances de apresentar projetos radicais. Todos os carros são idênticos, não iguais, mas idênticos. Muitos observam as formulas vencedoras e tentam ver o que poderão fazer para melhorar desenhos anteriores. Foi sempre assim, e hoje em dia, com as restrições nos regulamentos, qualquer projeto radical não é bem-vindo.
Mas copiar é quase um elogio. Afinal de contas, todos procuram uma formula vencedora, para melhorar as performances dos seus carros em relação à temporada anterior. Especialmente os carros que não se portaram bem nesse ano que passou, querendo corrigir os erros e superar a concorrência. É a eterna luta. Contudo, ainda não sabemos como isto resultará na pista. Será que a Racing Point dará o "pulo do gato" de um meio do pelotão altamente competitivo e superará, por exemplo, a McLaren, quarta classificada no Mundial de Construtores? Não sabemos, ainda. Teremos de esperar porque estes testes não vão revelar grande coisa.
Só a partir de Melbourne é que teremos certezas.
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