No dia a seguir ao seu 65º aniversário, uma entrevista de Alain Prost à motorsport.com pareceu agitar as águas sobre o estado atual do automobilismo. Ao falar com Jonathan Noble, o tetracampeão do mundo lançou criticas aos governos europeus sobre o rumo que querem dar aos automóveis, à ascensão do carro elétrico, à industria automóvel e à formula 1, que afira, irá brevemente tomar algumas decisões "duras".
Na entrevista, Prost afirma não estar contente com os rumos da industria automóvel, especialmente por causa da transição energética. Falando em especifico sobre a Honda, que colocou o seu futuro na Formula 1 em dúvida depois de ter dito que o preço da electrificação colocou pontos de interrogação sobre o seu futuro na categoria máxima do automobilismo, desabafou.
"Estou realmente aborrecido com o que posso ver hoje com a indústria automobilística", começou por dizer Prost. "Vamos dar toda [a indústria automotiva aos] chineses, onde daqui a dez anos eles comercialização seus carros aqui - e é disso que eu não gosto. Eu não me importo porque não faço parte da indústria, mas realmente odeio isso. É uma regulamentação estúpida."
"Vamos perder, garanto-te isto, um milhão de [funcionários] nos próximos 10 anos na indústria automobilística, se não mudarmos isso. Hoje, se você tivesse um carro grande com um motor diesel com o bom motor [a poluição], não deveria ser um problema".
Prost afirmou que os híbridos não são a solução, por serem mais pesados e não serem tão amigos do ambiente quando julgam ser. E criticou Bruxelas por estes ainda não terem feito uma estrutura unificada para as redes de carregamento de baterias.
"Por que não temos todos os mesmos carregadores e sistemas de recarga? Temos dois concorrentes na França e eles têm dois sistemas diferentes. Isso é completamente estúpido."
"Hoje, se você optar pelo [número] máximo de carros híbridos, como é o nosso caminho, não empurrará os carros elétricos onde deveríamos empurrá-los, especialmente nas grandes cidades. Acho que quando você faz mais quilometragem [com um híbrido], sua emissão de CO2 será a mesma, ou pior, porque o peso do carro será muito maior, e nós sabemos disso".
Sobre o futuro da Formula 1, Prost afirma para que a industria automóvel não se preocupar com ela, porque está saudável, mas sabe que a meio prazo, terá de tomar opções: ou se torna em puro entretenimento ou se mostre como montra de tecnologia da industria automóvel, com algo diferente da Formula E.
"Quando me perguntam sobre a Formula 1, eu sempre respondo: cuide primeiro da indústria automobilística, e a Formula 1 é muito saudável", começou por dizer. "Fui eu quem pressionou pelo novo motor [turbo híbrido]. O primeiro projeto foi um de quatro cilindros, lembro-te disso, porque pensamos que essa é a tecnologia mais próxima [dos carros de estrada] que teremos no futuro com o motor turbo. Mas não funcionou para a Formula 1, devemos ser honestos. Os fãs não gostam muito disso ".
"Você não quer usar eletricidade, para isso temos a Formula E, e você sabe o quão difícil será para a Formula E no futuro, com certeza. É muito difícil desenvolver por causa das pistas, da tecnologia, do dinheiro."
"Então, qual é a tecnologia da Formula 1 no futuro? É difícil saber. Por um lado, e não é minha posição, voltamos aos 12 cilindros e temos a mesma visão da Formula 1 em todo o mundo. Ou, se formos para o hidrogénio daqui a dez anos, teríamos outra filosofia. E por que não? Mas quem vai apertar o botão e tomar essa decisão? É muito difícil, mas é bom fazer essa pergunta."
"Precisamos conversar sobre sustentabilidade o tempo todo: o que podemos fazer, mas a tecnologia é muito, muito difícil. Não podemos, como no meu período [dirigindo na Formula 1], seguir a tendência da indústria automobilística. Hoje é muito mais difícil.", concluiu.
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