"Kova" andou com pelos SuperGT até que no início desta década, começou a manifestar outra paixão: os ralis. Afinal de contas, é finlandês e parece que todos têm esse bicho no sangue. Tentou entrar nisso em 2009, ainda era piloto da McLaren, mas a restrição do contrato fez com que deixasse isso para mais tarde na carreira. A partir de 2016, já em terras nipónicas, começou a praticar, primeiro em "part time", na classe JN2, e desde 2020, em "full time", navegado pela local Sae Kitagawa. Primeiro num Toyota GT86, e agora, num Skoda Fabia R5.
Em 2021, conseguiu o título na classe JN2, e este ano, na classe principal do All-Rally Japan, deu-se otimamente, acabando campeão a duas corridas do final do campeonato. E agora, neste último Rally Japan, estreou-se numa proba do WRC. E com resultados: acabou em décimo, entrando no estrito lote de pilotos de Formula 1 com participações - e pontuações - em ralis do WRC, como o seu compatriota Kimi Raikkonen, ou o argentino Carlos Reutemann, ou mais antigos como os franceses Jean-Pierre Jarier ou o britânico Vic Elford.
Contudo, ele mesmo afirma que não esperava uma adaptação tão fácil.
“Obviamente, é uma surpresa que sejamos tão competitivos. Não esperava ganhar de imediato”, disse, em abril, numa entrevista ao site dirtfish.com.
“Tivemos apenas dois dias de testes em um circuito pequeno. Nós nem testamos em um palco adequado, então foi como um shakedown que fizemos com o carro. Então foi realmente o Shinshiro Rally que foi nossa primeira etapa em que tivemos uma sensação pelo carro. Começou muito melhor do que imaginávamos.
“Meu sentimento é que vai melhorar porque ainda posso sentir e ver muitos problemas na minha direção, notas de ritmo e até algumas configurações do carro. Não tire nada dos caras do Japão; Não sei se nosso carro é muito mais competitivo do que os carros que eles estão usando. Tem sido um começo surpreendentemente bom.”
O mais interessante é que Kovalainen está a guiar um carro... de 2015, que fora guiado por gente como Esapekka Lappi, atual piloto de fábrica da Toyota. Se ele conseguiu um feito daqueles numa máquina desfasada, imagine-se num carro mais competitivo, como o Rally2.
E claro, tem sonhos. Disputar o Rali da Finlândia seria um deles.
“O Rally da Finlândia seria muito divertido de fazer um dia. Mas também estou preocupado que possa ser quase embaraçoso, porque provavelmente será muito difícil [para mim] em termos de tentar ser competitivo lá."
“Eu provavelmente preciso de mais algumas tentativas e dirigir um pouco mais nesse tipo de estrada. As pessoas podem ficar desapontadas com o que aconteceu. Mas seria muito divertido fazer um dia.”, concluiu.
Não se pede que seja um Kalle Rovanpera, mas no alto dos seus 41 anos e com tudo a indicar um novo rumo na sua carreira, creio que não faria mal em experimentar outras máquinas e outros carros. Afinal, já conseguiu o seu primeiro ponto do WRC...
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