quinta-feira, 27 de abril de 2023

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Na terça-feira passaram 30 anos sobre o GP de San Marino de 1993, onde Alain Prost conseguiu uma vitória improvável à chuva, batendo o Benetton de Michael Schumacher e o Ligier de Martin Brundle. E para melhorar as coisas, Ayrton Senna acabou por desistir, e conseguindo a pontuação máxima, aproximou-se bastante do comando do campeonato. 

Mas par hoje, falo de alguém que também pontuou, mas na sexta posição. Porque foi a última ocasião que o fazia, duas semanas depois de pontuar... pela primeira vez. E no inicio deste mês, ele comemorou o seu 60º aniversário. Falo do italiano Fabrizio Barbazza

Largando de 25º e último da grelha, a corrida que efetuou até chegar ao último lugar pontuável, o sexto, foi um feito de se tirar o chapéu, mas na realidade foi mais porque os outros se retiraram que ele passar outros carros, porque acabou com duas voltas de atraso sobre o vencedor.

Mas mesmo assim, foi algo inesperado, numa carreira que teve muitas coisas inesperadas. Nascido a 2 de abril de 1963, Barbazza começou no motocross, antes de passar para os automóveis, correndo em 1982 pela Formula Monza. Depois de nas duas temporadas seguintes ter corrido na Formula 3 italiana, fez algo inesperado: atravessou o Atlântico e foi correr na segunda categoria, a American Racing Series. Correndo pela Arciero Racing, acabou por triunfar a competição em 1986, ganhando cinco corridas.

Em 1987, passou para a categoria principal, e logo na terceira corrida, impressionou, com um pódio. Só que essa não foi uma corrida qualquer: foram as 500 Milhas de Indianápolis. Foi uma corrida dura, mas no final, o terceiro lugar lhe deu não só o lugar mais baixo do pódio - batido penas por Al Unser Sr. e pelo colombiano Roberto Guerrero - como lhe deu também o prémio de "Rookie do Ano" para essa corrida. E com mais alguns bons resultados, acabou a temporada na 12ª posição, sendo ainda o "rookie do ano" da CART.

Só que... não encontrou lugar no pelotão e rumou para a Europa, para a Formula 3000, onde praticamente teve de fazer tudo de novo. Ainda rumou ao Japão, regressou à CART, pela mesma Arciero Racing, mas em 1991, conseguiu um lugar na Formula 1. Contudo, foi pela AGS, e não conseguiu qualificar para nenhuma corrida, das 12 tentativas que teve.

Em 1992, regressou aos Estados Unidos, onde depois de não se conseguir qualificar para as 500 Milhas de Indianápolis daquele ano, num chassis com dois anos, decidiu tentar de novo a sua sorte na Formula 1. E conseguiu. Na Minardi.

A equipa de Faenza, naquele ano, tinha Christian Fittipaldi como piloto principal, e logo na primeira corrida do ano, em Kyalami, o brasileiro conseguiu um meritório quarto lugar, numa corrida de sobrevivência sob difíceis condições. E algumas das primeiras corridas do ano foram assim, com a resistência a ser premiada. Por exemplo, quando em Donington Park, foi ele a conseguir o seu primeiro ponto na Formula 1, em detrimento de... Fittipaldi!

Em Imola, a corrida seguinte, Barbazza conseguiu o último lugar qualificável na grelha e limitou a levar o carro até ao fim. Na sua frente, os outros ora tinham problemas nos seus carros, ora se despistavam, enquanto lutavam uns com outros, ele, perdendo duas voltas, simplesmente herdou o lugar. E poderia ter conseguido mais, se o motor de J.J. Letho tivesse cedido duas voltas antes... 

De qualquer forma, foram estas as páginas de glória do piloto italiano. Ao fim de oito corridas, acabado  o dinheiro que tinha dado à Minardi, cedeu o lugar para Pierluigi Martini, e a equipa ainda conseguiu mais dois pontos, com um quinto posto no Mónaco, com Fittipaldi ao volante. 

Barbazza sofreu um acidente grave em 1995, quando guiava num Ferrari 333P numa prova da IMSA, em Road Atlanta, onde ficou em estado critico, com lesões na cabeça e tronco. Recuperou totalmente, mas não voltou a correr. Agora, está radicado em Cuba, onde tem uma estância, que inclui uma pista de karting.  

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