Silverstone em julho é romaria. É altura dos fãs encherem as bancadas, e eles são capazes de aguentar tudo, desde o vento ao frio, passando pela chuva. E este ano, até passaram por ali uma equipa fictícia, porque a fama chegou a Hollywood, e eles querem fazer outro "Grand Prix". Falou-se que eles iriam alinhar na grelha de partida, e até aconteceu, de certa forma, e claro, ber Brad Pitt a circular nas boxes entre pilotos com idade para serem seus filhos... e netos (ele tem 60 anos!), até parece ter a sua graça.
Os compostos de saída para os 20 pilotos? Os da frente arrancavam com médios. Os com macios iriam parar 10 voltas mais cedo que os que tinham médios calçados, como Russell, Ocon, Tsunoda e De Bries. Bottas tinha duros. Mas tudo isto poderia ser baralhado, caso a chuva aparecesse. E as nuvens indicavam isso.
Esteban Ocon foi a primeira retirada da corrida, na volta 10, quando a Alpine teve de chamar o seu carro às boxes devido a problemas irresolúveis na pista. Pouco antes, Pérez tinha tocado na asa dianteira de Nico Hulkenberg, quando o passava para ganhar uma posição. O alemão da Haas acabou por ir às boxes, trocar de nariz, e acabar na cauda do pelotão.
Entretanto, Russell estava na traseira de Leclerc, para o tentar passar. Contudo, com os moles calçados, a degradação iria ser maior e ele teria de parar mais cedo que os McLaren e os Ferrari, que tinham médios colocados nos seus carros. E no meio disto tudo, a chuva espreitava, se calhar, esperando pelo momento certo. Há quem pensava que seriam umas gotinhas, outros esperavam mais.
Na volta 19, a Ferrari chama Leclerc para as boxes, no sentido de colocar duros, e ver se leva o carro até ao fim, e iria ser, à partida, o primeiro dos da frente a parar. Contudo, poucos foram os que pararam até à volta 26, quando Sainz Jr foi às boxes para meter duros. Russell entra na volta 28, e coloca médio, isto antes de Pérez entrar e trocar para moles. Na 30, Piastri entrou e trocou para duros, regressando imediatamente à pista na seta posição, mas na frente de Leclerc e Russell.
E no meio disto tudo, o McLaren do britânico atacou o Ferrari do monegasco na entrada de Woodcote e passou-o por fora, perante o delírio dos fãs.
A corrida regressou ao normal na volta 37, a 15 do seu final. Com os moles, Hamilton atacou Norris, que tinha duros, mas ele defendeu-se, enquanto Max se afastava do pelotão. Mais para trás, o ajuntamento também causou algumas lutas, com Pérez a tentar subir o mais que podia, passando os Ferrari e Alonso, enquanto Sainz Jr perdia alguns lugares, primeiro para o Williams de Albon e depois, para o seu companheiro de equipa. Um pouco mais atrás, Stroll estava a brigar por um lugar nos pontos com Gasly, e a luta acabou mal, quando em Woodcote, ambos os carros tocaram-se e o piloto da Alpine acabou com a suspensão partida, arrastando-se até às boxes e acabando a sua corrida por ali.
Com Max a afastar-se de Norris, Hamilton a não conseguir apanhá-lo e Piastri a não ser capax de apanhar o piloto da Mercedes, as atenções até ao final concentraram-se em Alonso, que era sétimo e era assediado por Albon, que queriam um resultado digno no 800ºGP da Williams, e Leclerc, que queria melhor que o nono posto. O veterano da Aston Martin conseguiu aguentá-los até à meta, onde Max cruzava na primeira posição pelo sexto GP consecutivo. É assim quando acontecem os domínios, e quando não chove na pista.
Apesar de tudo, a corrida foi emocionante, algo que esta pista merece. Os britânicos não tiveram o seu piloto no lugar mais alto do pódio, apesar de terem dois dos seus por lá. Os cálculos no campeonato mostram que Max se apronta para o tricampeonato com um avanço que deseja ser recorde. É uma questão de tempo.
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