Em 1968 chega o austríaco Jochen Rindt, um piloto em ascensão na Cooper, com capacidade de ganhar corridas. Contudo, o motor Repco foi finalmente superado pelos Cosworth, e Brabham viu-se em dificuldades. Decidiu ficar com esse motor a partir de 1969, e queria que Rindt ficasse com ele, ajudando a colocar a equipa dos carris e ele poder ir embora tranquilamente. Mas, apesar de dois pódios e duas pole-positions, o austríaco atraiu a atenção de Colin Chapman, na Lotus, e ele pediu conselho a Brabham.
A resposta ficou nos anais: "Se queres ser campeão do mundo, vai para a Lotus. Se queres sair vivo da Formula 1, fica na Brabham". Rindt escolheu a Lotus.
Para 1969, Brabham acolheu outra vedeta em ascensão, o belga Jacky Ickx. Então com 24 anos, tinha vindo da Ferrari, onde ganhara uma corrida à chuva, em Rouen. O carro era equilibrado e funcional, mas sem deslumbres visuais. O belga ganhou duas corridas, uma delas no mítico Nurburging Nordschleife - o outro foi em Mosport, no Canadá - enquanto Brabham, então com 43 anos, sofria. Um acidente durante uma sessão de testes causou sérias lesões nos pés, e só recuperou o suficiente para apenas na parte final, conseguir bons resultados: dois pódios, uma pole-position no México, para juntar o que tinha conseguido na África do Sul.
E chegamos a 1970. Perto de ter 44 anos, e apesar de ter prometido à mulher que iria regressar à Austrália com os filhos, e ter vendido a sua parte da equipa a Tauranac, não conseguia encontrar um piloto capaz de o substituir. Ickx regressara à Ferrari, Rindt decidiu ficar na Lotus, apesar de ambos terem conversado seriamente sobre um regresso, cortado quando Chapman lhe aumentou o salário. Por causa disso tudo, Brabham estava à partida da primeira corrida do ano, em Kyalami.
Apesar da idade, Brabham ainda era competitivo. Terceiro tempo nos treinos, atrás dos recém-chegados March de Jackie Stewart e Chris Amon, na corrida, ele não largou bem, superado por Ickx, o Matra de Jean-Pierre Beltoise e o BRM de Jackie Oliver. Sexto no final da primeira volta, passou a reagir, andando mais rápido que o resto do pelotão, e no inicio da sétima volta, já era segundo, atrás de Stewart. E não abrandou: foi atrás do escocês, batendo a volta mais rápida pelo meio, e no inicio da 20ª volta, passava o piloto da March e ficava com a liderança.
E não abrandou: cinco voltas depois, a diferença para o escocês tinha-se alargado para cinco segundos. A parir dali, estabilizou-se nos dez segundos, por alturas da 50ª volta, e limitou-se a gerir o carro até à meta, conseguindo ali a sua 14ª vitória, na frente do McLaren de Dennis Hulme e do carro de Stewart.
Quando conseguiu, era o quarto piloto mais velho de sempre na Formula 1. Mais idoso que ele, apenas Giuseppe "Nino" Farina, que conseguiu com 45 anos, Juan Manuel Fangio, com as suas vitórias em 1957, aos 46 anos, e Luigi Fagioli, que em 1951, partilhou com Fangio a vitória do GP de França. Com ele a caminho dos 52 anos.



Sem comentários:
Enviar um comentário