Contudo, as tensões no último ano, especialmente com o código de conduta aos pilotos, aplicando uma "mordaça" para as palavras que dizem em público, deram algumas tomadas de posição por parte dos pilotos, quer de Formula 1, quer do WRC - este último, depois da multa de 10 mil euros ao Adrien Formaux, no final do rali da Suécia - fizeram com que algumas federações entrassem em rutura com Sulayem. E uma delas foi o Reino Unido, através da sua entidade representativa, a Motorsport UK. E especialmente, Dawid Richards.
Fundador e antigo presidente da Prodrive, e depois diretor da BAR, na Formula 1, era vice-presidente da FIA até entrar em rutura com Ben Sulayem, quando foi impedido de assistir, em meados do mês passado, a uma reunião do Conselho Mundial, por não querer assinar um acordo de confidencialidade ditado por Ben Sulayem. Sabia-se que iria haver uma resposta, e esta apareceu na quarta-feira, quando apresentou uma carta aberta onde aponta graves falhas a Ben Sulayem, especialmente na parte de cumprir o que tinha prometido, quando concorreu à presidência da FIA, tendo, então, sido apoiado pela Motorsport UK.
“Receio que, nos últimos três anos, tenha havido uma falha distinta em cumprir estas promessas. De facto, a situação tem piorado progressivamente, com relatos dos media a confirmar que numerosos membros seniores da FIA e oficiais voluntários foram despedidos ou demitiram-se sob uma núvem opaca”, pode ler-se no documento.
Depois, continua: “Além disso, o âmbito dos Comités de Auditoria e Ética foi severamente limitado e agora carece de autonomia da autoridade do presidente, enquanto o nosso representante do Reino Unido, que contestou certos assuntos, foi sumariamente removido juntamente com o presidente do Comité de Auditoria”.
Richards aponta ainda que mesmo outros órgãos foram diminuídos, perdendo pluralidade:
“Várias técnicas também foram implementadas com o efeito de limitar a função adequada do Conselho Mundial de Desporto Motorizado, principalmente o uso de votação eletrónica, que remove a oportunidade de discussão e debate necessários sobre assuntos chave. Isso tem se tornado cada vez mais preocupante e a gota d'água para mim, há três semanas, foi ser solicitado a assinar um novo acordo de confidencialidade que considerei uma 'ordem de silêncio'”.
“Estas acções da FIA estão em violação dos seus próprios Estatutos. Como resultado, informamos a FIA que, a menos que abordem as questões que levantamos, estaremos prontos a tomar mais medidas legais”, concluiu.
Com este ataque, os especialistas afirmam que Richards poderá ter acordado com alguém para que se candidate contra Ben Sulayem nas eleições que acontecerão este ano. Uma das hipóteses foi avançada pela imprensa italiana, que fala em Susie Wolff, a mulher de Toto Wolff, que no ano passado, foi alvo de uma investigação por parte da FIA para saber se existira conflitos de interesse. uma investigação que foi arquivada pouco depois, com muitos a afirmar em surdina que poderá ter sido uma maneira de intimidá-los a tentar a presidência da FIA.



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