domingo, 28 de setembro de 2025

A imagem do dia (II)








A 28 de setembro de 1980, a Formula 1 estava em Montreal, para o GP do Canadá. A penúltima prova do campeonato iria ser decisiva para a disputa do título. Com Nelson Piquet na frente do campeonato, um ponto na frente de Alan Jones, aquela era a corrida decisiva para o campeonato, para ambos os pilotos. Quem quer que ganhasse, se o outro não pontuasse, provavelmente seria campeão. 

Nelson Piquet tinha ganho as duas corridas anteriores e era agora o líder do campeonato. E para melhorar a situação, conseguiu a pole-position, na frente de Alan Jones, por cerca de 0,8 segundos de diferença. Na grelha, que tinha as estreias do italiano Andrea de Cesaris, na Alfa Romeo, e do neozelandês Mike Thackwell, no terceiro Tyrrell - e a ser também o piloto mais novo até então a alinhas na grelha de partida de um Grande Prémio - a grande surpresa foi a Ferrari, que de mal, ia para pior. Gilles Villeneuve era 22º e Jody Scheckter 26º, não se qualificando. 

Uma Ferrari fora de corrida antes dela começar. Ainda por cima... ainda era campeão do mundo!

Em contraste, Bruno Giacomelli era quarto, e De Cesaris, oitavo, nos seus Alfa Romeo. E pelo meio, o Fittipaldi de Keke Rosberg era sexto, dez lugares acima de Emerson Fittipaldi

A partida foi atribulada. Jones partiu bem, mas Piquet não queria ceder. Ambos andaram lado a lado até se tocarem (Jones apertou-o na curva, e este, inevitavelmente, tocou nele). Os dois causaram uma carambola, que envolveu os Tyrrell de Derek Daly e Jean-Pierre Jarier, os Fittipaldi de Rosberg e Emerson, o Ferrari de Gilles, o Lotus de Mário Andretti e o Arrows de Jochen Mass. A corrida foi interrompida com bandeiras vermelhas, enquanto os pilotos iriam correr para os seus carros de reserva.

Alguns pilotos tiveram tempo de reparar os seus carros, como Rosberg, enquanto outros trocaram para os seus carros de reserva. No caso dos Tyrrell, pediram a Thackwell para que cedesse o seu carro para Jarier, porque Daly iria usar o carro de reserva da equipa. No caso de Piquet, iria correr com o tal carro de reserva... que tinha o motor de qualificação. Potente, mas frágil. Mesma coisa para Jones, mas o seu motor era mais "normal".

Na segunda partida, Pironi partiu antes de tempo e depois foi penalizado em um minuto. Jones foi para a frente, mas Piquet passou-o na segunda volta. Ele afastava-se rapidamente do piloto da Williams, mas na volta 23, o motor não aguentou e explodiu, dando a liderança para o australiano. 

Duas voltas depois, um drama: o Renault de Jean Pierre Jabouille despistou-se a bateu contra o muro de pneus, destruindo o chassis e ferindo o francês na perna. Os socorristas tiveram de o retirar do carro enquanto a prova decorria - algo que nem aconteceria nos dias de hoje - e para isso, cortaram o chassis. 

Na volta 44, Jones acaba por ser passado pelo Ligier de Pironi, mas foi avisado das boxes que o francês tinha sido penalizado, logo, deixou distanciar-se. No final, mesmo com a penalização, acabaria na terceira posição, atrás os Williams, que acabaram com dobradinha, e com isso, comemorariam o primeiro título de Construtores. Jones foi o vencedor, e agora, com oito pontos de vantagem sobre Piquet, era praticamente o campeão virtual. Apenas uma catástrofe em Watkins Glen, dali a uma semana, iria perder o campeonato para o brasileiro.

Sem comentários: