domingo, 28 de setembro de 2025

The End: Enzo Osella (1939-2025)


O italiano Enzo Osella, fundador e fabricante de chassis com o seu nome, morreu na noite deste sábado, dia 27, aos 86 anos de idade, em Turim. Para além de ter nome nas corridas de montanha ao longo da sua carreira no automobilismo, entre 1980 e 1990, correu na Formula 1, onde em 132 Grandes Prémios, conseguiu cinco pontos. 

Nascido a 26 de agosto de 1939 em Volpiano, perto de Turim, ele era filho de Luigi e Maria Osella. Luigi geriu uma empresa de transportes, mas após a guerra, ele assumiu o controlo de uma oficina mecânica no centro de Turim. O primeiro emprego de Enzo depois da escola foi na oficina do pai, reparando os carros dos clientes. Certo dia, um dos seus clientes mais habituais, um piloto, procurou por alguém para ser seu navegador, e convidou Enzo, que aceitou.

Algum tempo depois, em 1957, Osella decidiu ser piloto e depois de ter pedido emprestado o Fiat 600 da irmã para correr, comprou um Lotus 11, que modificou de acordo com os seus próprios desejos, equipando-o com um motor Osca e um diferencial Alfa Romeo. Com isso, começou a participar em subidas de montanha, popular em Itália.

Em 1963, Carlo Abarth convidou Osella para substituir Mario Poltronieri - que mais tarde teria fama como comentador de corridas de Formula 1 para a RAI - no lugar de piloto de testes da Abarth em Turim. A experiência deu à Osella a oportunidade de adquirir conhecimentos sobre a produção e afinação de chassis e motores. Osella trabalhou também como mecânico e supervisor de pilotos. No final de 1964, Enzo Osella abriu o seu próprio negócio e assumiu o controlo de uma agência de fábrica da Abarth em Turim.


Em 1971, Abarth decide reformar-se e vendeu os direitos do nome e as instalações de produção à Fiat, retirando-se para Viena. Osella comprou todo o departamento de corridas e começou a operá-lo sob o nome Osella Corse. Após alguns anos a competir principalmente em subidas de montanha, Fórmula 3 e Fórmula 2, em 1980 Osella chega à Fórmula 1, com Eddie Cheever ao volante.

Depois de uma primeira temporada algo atribulada, em 1981, passou a ter dois carros, com Beppe Gabbani e Miguel Angel Guerra, nas primeiras quatro corridas do campeonato, antes de a meio do ano, aparecer o francês Jean-Pierre Jarier. Pelo meio, Giorgio Francia participou em duas corridas. 


Em 1982, surgiu o italiano Riccardo Paletti, para correr ao lado de Jarier. Os primeiros pontos surgiram em Imola, quando Jarier chegou ao quarto lugar, numa corrida com apenas 14 carros, devido ao boicote das equipas FOCA. Contudo, quatro corridas depois, no Canadá, Paletti sofre um acidente fatal, quando colide na partida com o Ferrari de Didier Pironi, que ficara parado na grelha e acerta em cheio, acabando por ficar com traumatismos fatais no tórax.

Osella, em sinal de respeito, não arranjou um substituto para o final da temporada. 

Em 1983, Uma nova dupla apareceu na equipa: os italianos Corrado Fabi e Piercarlo Ghinzani, e a meio do ano, fez um acordo com a Alfa Romeo para ter motores Turbo, que ficaram na equipa até 1988. Voltaram a pontuar em 1984, quando Ghinzani foi quinto na corrida de Dallas, e no GP de Itália, com outro quinto posto, com o austríaco Jo Gartner. Mas como Osella apenas tinha inscrito um carro no inicio do ano, e meteram um segundo carro mais tarde, esses pontos acabaram por não contar. 

Nos anos seguintes, pela Osella passaram pilotos como o neerlandês Huub Rothengarter, o canadiano Alan Berg, o alemão Christian Danner, o italiano Alex Caffi, mas eles não conseguiram tirar a equipa do fundo do pelotão. 

Em 1989, com o inicio da era atmosférica, regressa aos motores Cosworth, e com a dupla Piercarlo Ghinzani e Nicola Larini, conseguiu alguns feitos, como andar nos pontos e um lugar no "top ten" da grelha no Japão, mas não alcançou qualquer ponto. No ano seguinte, recebe ume proposta de Gabriele Rumi, fundador e dono da Fondmetal, que tinha prosperado com a construção de jantes para automóveis. Ele aceita e venceu a equipa, que nesse ano inscreveu apenas um carro para o francês Olivier Grouillard. A equipa prosseguiu nos anos seguintes como Fondmetal.

Depois disso, Osella regressou às subidas de montanha, onde prosperou com pilotos como Mauro Nesti e Pasquale Irlando, que se tornaram campeões italianos e europeus de Montanha, e desde 2021, estava a gerir a equipa ao lado de Giuseppe Angiulli, como Osella Corse.

Sem comentários: