Foi talvez o politico mais colorido do Brasil que já conheci. Já não vivia no Brasil quando ele começou a campanha politica, mas como o meu avô comprava o jornal "O Globo" e a revista "Veja" quase todas as semanas, pude acompanhar a par e passo a campanha eleitoral de 1989, aquela que elegeu o Collor de Mello, que tirou Lula do caminho e se revelou pior do aquilo que pintava ao agora presidente...
Mas fiquei espantado na altura acerca de um senhor careca, de barba longa e uma voz cavada, que gritava a plenos pulmões: "MEU NOME É ENEÉÉÉÍAS!!" Não conseguiu ser levado a sério (pudera, já viram as opções politicas dele?), mas quando voltou à carga, em 1994, foi o terceiro colocado, com 4,6 milhões de votos, batendo candidatos mais experientes e com mais dinheiro...
Como já disse, nunca gramei o seu discurso de extrema-direita. Mas num país em que grande parte dos politicos são declaradamente corruptos, ele era um oásis no meio do pântano. Era honesto e não enchia os bolsos de dinheiro.
No ano passado, não escondeu que estava doente. Não pode concorrer à presidência, mas usou a doença a seu favor: "Com barba ou sem barba, o meu nome é Enéééías!". Foi o quarto deputado mais votado para o congresso. Depois, fundiu o seu partido, o PRONA, com o PL e fez o Partido da República.
Hoje, ele foi-se. E a politica brasileira perdeu um pouco de cor.
4 comentários:
Meu amigo de além mar.
hoje vou discordar.
a política brasileira não perdeu um pouco da sua cor.
perdeu muito da sua cor.
Boa, Máximo.
O nome dele era Enéias, 56!
E o país perde umgrande político
É verdade, vou ter saudades do homem. E da música de abertura do seu tempo de antena eleitoral...
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